O pior desempenho financeiro da TAAG no primeiro semestre do ano, quando comparado com todo o ano de 2016, vem expresso num comunicado da companhia aérea nacional.

Apesar de reconhecer um agravamento nas contas, a empresa destaca que o resultado "é muito melhor se tivermos que comparar com prejuízos históricos superiores a 150 milhões de dólares em alguns anos".

Segundo a TAAG, pesaram sobre os números dos primeiros seis meses "passivos fiscais não pagos em escalas, no exterior, referente ao ano de 2010".

"Mesmo tendo a administração conseguido negociar com sucesso um plano de liquidação diferida, a provisão total foi feita nas demonstrações financeiras", assinala a transportadora.

No comunicado, a TAAG - que no início de Julho deixou de ser gerida pela Emirates, passando ao comando de uma comissão de gestão -, assinala ainda que o primeiro semestre do ano foi marcado por uma subida das receitas em relação ao mesmo período de 2016: 16% no segmento dos passageiros e 78% no transporte de carga.

"Combinado com o progresso contínuo no controlo de despesas gerais e outros custos, os resultados das operações foi muito melhor do que o orçamentado para o mesmo período", sublinha a companhia, ressalvando porém que o negócio foi afectado pela "redução na atribuição do subsídio de combustível pelo Governo".

"Se não fosse a redução no subsídio de combustível e a provisão para o passivo fiscal, a Companhia teria sido lucrativa. O prejuízo é ainda agravado pelo facto de a TAAG ter de abastecer as suas aeronaves com o máximo combustível permitido em Luanda, onde ele é mais caro, na impossibilidade de o poder fazer nas escalas do exterior, onde o combustível é mais barato, devido à escassez de divisas", reforça a transportadora.

O desempenho da TAAG sofreu ainda, segundo o comunicado, o impacto da" escassez de moeda estrangeira para pagar os fornecedores no exterior" e da " incerteza do mercado como resultado da crise económica de Angola".

Apesar das contrariedades, Vipula Gunatilleka, responsável pela área financeira da TAAG na comissão de gestão, garante que a companhia continua empenhada na redução de custos, ao mesmo tempo que aumentou os salários dos trabalhadores.

"Fomos bem-sucedidos em ganhar de forma estável quota de mercado, mesmo sendo cada vez mais competitivos nos nossos preços. Apesar destes desafios, com as épocas de pico de Agosto e Dezembro incluídas no segundo semestre, faremos o nosso melhor para apresentar um bom resultado financeiro para o ano [de 2017]", assinala o gestor, citado no documento.