Em declarações ao NJ, o gestor explicou que o coronavírus tem afectado, de forma acentuada, a actividade daquela firma, uma vez que, desde final de Março último, período em que Angola decretou pela primeira vez o Estado de Emergência, a procura de farinha de trigo baixou significativamente. "Durante alguns meses, a fábrica mantinha uma produção de apenas 46% da sua capacidade".

Este ano, até antes de Agosto último, o grupo GMA viveu o seu pior momento no que à produção de farinha de trigo diz respeito, produzindo apenas 11.040 toneladas (46%) das 24 mil toneladas totais possíveis, informou o responsável.

Segundo César Rasgado, a Covid-19 constitui, neste momento, um enorme constrangimento à actividade das GMA, por razões económicas, mas, sobretudo, de saúde pública, tendo reforçado internamente as medidas de segurança e higiene, para manter a capacidade de produção inalterada.

"Temos feito um trabalho sistemático de articulação com os nossos distribuidores habituais, para garantir que continuem a abastecer o mercado de acordo com as necessidades identificadas e com a qualidade exigida por lei", referiu.

Estima-se que, com a aproximação da época natalícia, a demanda da farinha de trigo irá crescer, mas, devido à pandemia - com os isolamentos e os distanciamentos obrigatórios, a ausência de convívios familiares alargados e de festas, assim como com os efeitos da contracção económica a que se assiste - o cenário actual de consumo acredita-se que não se irá alterar de forma substancial até final do ano.

Relativamente à disponibilidade de matéria-prima, César Rasgado afirmou que esta depende da componente cambial para a importação, dada a ausência de produção local de trigo.

"Não obstante um dos objectivos das GMA e outras empresas que actuam neste sector de actividade ser a promoção e a recuperação da produção local de trigo - que já existiu no passado e que actualmente existe em pequena escala - a matéria-prima (trigo) usada nesta unidade industrial é 100% importada", sublinhou.

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