Angola está a promover "um ambiente fiscal mais favorável", o que "coloca riscos positivos para os fluxos de investimento", apontam os especialistas da BMI Research, numa análise enviada aos investidores e citada pela agência Lusa.

Segundo a avaliação, as novas regras fiscais angolanas deverão ajudar a desbloquear vários projectos em fase de pré-decisão final de investimento, evolução que "será fundamental para estabilizar a produção petrolífera a médio prazo".

As boas pespectivas traçadas pelos analistas, potenciadas pela extensa infra-estrutura ao largo do país e um grande volume de recursos ainda por desenvolver, bem como pelo aumento dos preços do barril do petróleo, são apenas moderadas pela situação financeira da Sonangol.

Os especialistas notam que a petrolífera nacional mantém "intermitentes problemas de liquidez", nomeadamente "problemas de pagamento às companhias internacionais, o que limita o investimento na exploração".

Apesar de assumir reservas em relação ao ímpeto reformista da Sonangol, apontando que "questões sobre a transparência e a corrupção" deverão "persistir no tempo", a BMI Research acredita que "os investidores vão encarar os desenvolvimentos recentes, quer na economia angolana, quer na parte referente à Sonangol, como passos positivos para melhorar o ambiente empresarial, particularmente se os planos para pagar dívidas atrasadas forem em frente".

Refira-se que entre as alterações fiscais introduzidas pelo Executivo no sector dos Petróleos inclui-se a diminuição de impostos para alguns campos petrolíferos mais pequenos, ou seja, com uma produção inferior a 30 milhões de barris, descendo a taxa de 20% para 10% e o imposto de 50% para 25%.