Através de um comunicado divulgado hoje, 7, a Sonangol reage às acusações, vindas da Lunda-Norte, de que a quantidade de combustível fornecido à província é insuficiente para o pleno funcionamento da Central Térmica do Dundo, situação que mantém a cidade às escuras há um mês.

"Tem havido, efectivamente, algum atraso no transporte de combustíveis para as províncias do interior", admite a petrolífera, desmentindo, no entanto, que existe uma falha crónica de electricidade na capital da Lunda-Norte.

"Não há nenhum "apagão" generalizado na província da Lunda-Norte e em especial, na cidade do Dundo", garante a Sonangol.

Na mensagem, a companhia estatal explica ainda que os atrasos no abastecimento devem-se ao "mau estado das vias rodoviárias, que se acentuou com as fortes chuvas que se abateram sobre o território angolano nos últimos dias".

Segundo se lê no comunicado, "esta situação provocou alguns problemas no abastecimento aos locais de armazenamento de combustíveis das várias províncias, forçando a uma gestão criteriosa dos grupos de geradores disponíveis nos diversos locais".

Esta "ginástica" dos stocks apenas tem permitido o funcionamento de um grupo de geradores da Central Térmica do Dundo, garantem o director da Central Térmica do Dundo, António Neves, e a chefe de divisão de aprovisionamento da empresa pública de Produção de Electricidade (Prodel) para a região Leste, Paula Dulce, entendimento do qual a companhia estatal discorda.

"A cidade do Dundo dispõe de oito grupos geradores, sete dos quais estão desligados, alegando-se a falta de combustível. Mas a realidade é que na Prodel, que gere a produção da central termoeléctrica do Dundo, existe, neste momento, uma quantidade de 207 mil litros de combustível, o que garante uma autonomia de dois dias e meio com os oito grupos de geradores a funcionar em pleno", garante a Sonangol.

A petrolífera adianta ainda que "nas próximas 24 horas chegarão às províncias do leste do país 490 mil litros de gasolina e 1 milhão e 300 mil litros de gasóleo, que estão em trânsito".

A este volume acrescem 420 mil litros de gasolina e 1 milhão 285 mil litros de gasóleo, que estão a ser carregados em Luanda e destinam-se à mesma zona do país: províncias das Lundas e Moxico.

A companhia liderada por Isabel dos Santos sublinha que não há "qualquer razão para se utilizar um tom mais alarmista", acrescentando que "mantém um permanente diálogo e cooperação com a Prodel, com os agentes locais de distribuição de combustíveis e com as entidades oficiais que supervisionam o mercado".