Este montante foi anunciado hoje, em Luanda, pelo presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Carlos Saturnino, durante assinatura de um acordo de assistência financeira e técnica com o administrador da ENI em Angola, António Vella.

Segundo Carlos Saturnino, o acordo prevê a expansão desta unidade, a duplicação da sua capacidade de processamento de derivados de petróleo e a formação técnica dos trabalhadores.

"A Sonangol vai reembolsar este valor num período de 12 meses", disse o PCA da Sonangol, salientando que o calendário de execução de obras na refinaria é de 36 meses.

"Enquanto decorrem os trabalhos na refinaria, não haverá problemas de escassez de combustíveis", garantiu.

O PCA da Sonangol valorizou o potencial da ENI, por se tratar de um investidor importante e de uma companhia que detém uma parte importante das descobertas de petróleo no mundo.

"Os trabalhos de manutenção em questão vão permitir diminuir a importação de derivados de petróleo", referiu Carlos Saturnino.

O administrador-delegado da refinaria de Luanda, Custódio Gonçalves, disse que a refinaria está há sete anos sem manutenção, quando as normas recomendam que deva ser feita de cinco em cinco anos.

Custódio Gonçalves disse que têm vários projectos para este ano, entre os quais a resolução do problema da chegada da água à refinaria, que tem sido vandalizada por cidadãos, protecção da integridade da refinaria e dos trabalhadores e a substituição de uma jangada no terminal petroleiro.

Este responsável assegurou que o aumento da produção de gasolina na refinaria de Luanda vai reduzir o défice do mercado em 20 por cento.

Segundo Gonçalves, esse aumento deve-se a um projecto conjunto entre a italiana ENI e a Sonangol que visa a criação de outra unidade de refinaria para gasolina, constando isso do acordo hoje assinado.

"A refinaria de Luanda é uma unidade estratégica em Angola porque tem um grande papel a desempenhar no âmbito da estratégia que está a ser preparada para reduzir as importações de combustíveis", acrescentou.

Em Angola, a ENI garante a produção diária de 155 mil barris de crude.

Recorda-se que a refinaria de Luanda foi inaugurada ainda durante o tempo colonial, em Maio de 1958, numa área de 170 hectares.

Em 2012, a refinaria de Luanda passou a integrar, como a subsidiária, a Sonaref, que passou a ser a subsidiária da Sonangol EP e sub-holding do negócio de refinação e tem uma capacidade inicial instalada para refinar 65 mil barris por dia, estando, no entanto, há vários anos a trabalhar a menos de 70 por cento, sendo a necessidade do país estimada em torno dos 200 mil barris por dia.