Em causa está o facto de a Sonangol ter desistido da compra da participação da empresa norte-americana em dois blocos angolanos, recuo que criou um buraco nas contas da Cobalt.

A companhia norte-americana alega que o cancelamento da venda de 40% da participação detida nos blocos 20 e 21, no offshore ao largo de Luanda, lhe trouxe prejuízos de 1,63 mil milhões de dólares em Angola no ano passado, desempenho traduzido, globalmente, numa perda de 1,87 mil milhões de dólares no último trimestre do ano - quando no período homólogo esse valor tinha sido de 486,8 milhões de dólares.

"A Cobalt reclama uma compensação da Sonangol E.P. no valor de 2 mil milhões de dólares, acrescidos de juros e custos", informou a empresa norte-americana na comunicação dos resultados, em Abril.

A petrolífera dos EUA acrescentou ainda que, para além do processo principal contra a Sonangol E.P., também apresentou outra queixa no tribunal arbitral contra a Sonangol P&P (Pesquisa e Produção), visando a recuperação de 174 milhões de dólares - acrescidos de juros e custos -, relativos a dividendos da exploração conjunta do bloco 21 no offshore angolano.

A menos que ambas as acções se resolvam de acordo com os interesses da Cobalt, a petrolífera "pretende prosseguir vigorosamente com os processos arbitrais, e perseguir todas as alternativas legais", avisou a empresa.

Agora a petrolífera angolana comunica que "irá contestar ambos os pedidos apresentados pela Cobalt, sendo que, no entendimento do conselho de administração da Sonangol não existe qualquer incumprimento de sua parte no Contrato de Compra e Venda de Acções (CCVA)".

A companhia estatal, citada pela agência Lusa, defende ainda que "a não concretização do CCVA não impõe qualquer obrigação de prorrogar os prazos de pesquisa estabelecidos nos contratos dos blocos de referência".