A encomenda por parte da Sonangol de dois navios-sonda de perfuração à sul-coreana Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering (DSME) continua pendurada e ainda sem previsão de entrega, adianta a imprensa sul-coreana, dando conta da situação financeira dramática que a DSME atravessa, agravada por este negócio.

Segundo o Korea Herald, depois de em Agosto o presidente da companhia sul-coreana, Jeong Seong-rip, ter vindo a Luanda negociar com a Sonangol alternativas de liquidação do contrato - no valor de 1.000 milhões de dólares -, o responsável retomou na semana passada as conversações com a petrolífera angolana, desta feita no Dubai.

Sobre a mesa está um novo atraso na entrega nos navios-sonda, agora prevista para o final de Novembro, bem como o recurso a duas instituições financeiras coreanas - nomeadamente Korea Development Bank e Korea Trade Insurance Corporation - para intermediar o negócio, "pendurado" por causa de um crédito.

Conforme previamente noticiado pela imprensa sul-coreana, a Sonangol esteve em vias de obter parte do financiamento necessário para concluir a encomenda a partir de uma instituição da Noruega (Instituttet for eksportkreditt - GIEK), hipótese entretanto gorada.

A falta de liquidez angolana acabou por criar um buraco nas contas da DSME, que, através do seu presidente, assegurou em Luanda um compromisso para que a entrega das plataformas se concretizasse até 30 de Setembro.

Nos termos deste acordo, a Sonangol terá de pagar 800 milhões de dólares quando receber a encomenda, devendo o resto da dívida ser liquidada em acções.

Refira-se que a Sonangol e a DSME são parcerias desde 1985, sendo que a empresa sul-coreana é sócia da Sonangol na Paenel, empresa de metalomecânica pesada situada em Porto Aboim.