"Onde param os 438 milhões da Galp entregues à angolana Esperaza?". O semanário português Expresso lança a pergunta e aponta aquela que, para já, parece ser a única suspeita.

Segundo o jornal, o Governo angolano acusa Isabel dos Santos de reter esse dinheiro, referente a dividendos da participação da Sonangol na portuguesa Galp.

A empresária surge na equação porque tem 40% da Esperaza Holding, empresa através da qual a petrolífera angolana, detentora dos restantes 60%, integra o capital da Galp, agregada na Amorim Energia (onde reúne 45% das acções).

Nos termos dessa participação, a Esperaza deveria ter recebido, entre 2012 e 2016, 438 milhões de euros.

De acordo com o Expresso, esse valor foi entregue, mas não consta dos registos da Sonangol, situação que coloca na berlinda a outra accionista, no caso Isabel dos Santos.

A empresária desmente, contudo, qualquer envolvimento, garantindo no Twitter, hoje, que a petrolífera nacional recebeu os dividendos da GALP e que os impostos foram pagos na Holanda.

O tema "foi destapado pelo actual presidente da Sonangol durante a sua recente deslocação a Portugal", escreve o semanário.

"Depois do que aconteceu no sector mineiro com a Sodiam, chegou agora a vez de a Sonangol envolver-se numa batalha para reaver os seus direitos. Uma situação que não vai deixar tranquilo o antigo Presidente", disse ao Expresso fonte da Presidência da República de Angola.

O jornal adianta ainda que a viagem de Carlos Saturnino a Lisboa permitiu também abordar "o futuro da petrolífera angolana no Banco Millennium -BCP".

Com 19% do capital dessa instituição financeira, onde é o segundo maior accionista, a Sonangol pretende manter a posição, mas descarta qualquer hipótese de reforço da mesma.