Angola precisa de "resolver os problemas da moeda" se quiser baixar a inflação e garantir a estabilidade de preços, defende Carlos São Vicente.

Em entrevista ao Novo Jornal, publicada na edição 513, de 15 de Dezembro último, o economista classifica a nossa moeda como uma "pseudomoeda", que "não cumpre todas as funções clássicas de uma moeda, designadamente a de reserva de valor e de meio de pagamento internacional".

Para dar a volta a este quadro, o especialista propõe que se dote o kwanza de convertibilidade plena. "Angola resolverá de imediato imensos problemas se tiver uma moeda plenamente convertível", antecipa São Vicente, apologista de se promover a "paridade ao dólar dos EUA, por ser a moeda de pagamento do petróleo e ser a moeda da maior economia do Mundo".

"Um kwanza deve valer um dólar dos EUA. Assim acabávamos de uma só vez com muitos problemas e disfunções: o BNA e o Governo deixavam de financiar défices com a emissão monetária e desaparecia a especulação e agiotagem cambial. Para isso, seria necessária uma troca da moeda para ajustar às denominações das notas de dólares dos EUA. O BNA passaria a saber, com maior exactidão, a quantidade de moeda em circulação, graças à paridade com o dólar dos EUA", especifica o economista.

Sublinhando que "não haverá política monetária se o BNA não souber a quantidade de moeda a circular", Carlos São Vicente acrescenta que "a convertibilidade plena do kwanza elimina as variações da taxa de câmbio em relação ao dólar dos EUA".