A Nigéria e o Benim, dois dos três países da UA que ainda não tinham assinado o acordo de comércio livre no continente, assinaram o Acordo de Livre-Comércio Continental Africano (AfCFTA na sigla em inglês) na abertura da cimeira. Apenas a Eritreia ainda não integra este mercado que deverá abranger 1,2 milhões de pessoas.

"Este é o maior evento histórico para o continente africano desde a criação da OUA (Organização da Unidade Africana), em 1963", afirmou o Presidente nigeriano, Mahamadou Issoufou, na 12.ª Sessão Extraordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), cerimónia em que o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, foi representado pelo ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto.

O acordo pretende estabelecer o maior mercado do mundo com um Produto Interno Bruto (PIB) acumulado que pode chegar aos 2,5 biliões de dólares.

Neste momento, os países africanos trocam entre si 16% dos seus bens, um valor aquém dos 65% entre os países europeus. Entretanto, a União Africana acredita que o acordo irá levar a um aumento de 60% do comércio dentro do continente até 2022.

O Acordo de Livre Comércio do continente africano entrou em vigor a 30 de Maio deste ano. O AfCFTA está inserido no quadro de um processo que, até 2028, prevê a constituição de um mercado comum e de uma união económica e monetária em África, razão pela qual também está em curso a criação do passaporte único africano.

O Presidente da República, João Lourenço, esteve entre os primeiros líderes africanos a assinar o Acordo de Livre-Comércio Continental Africano.

De acordo com dados oficiais da União Africana, a ZCLCA deverá cobrir um mercado de 1,2 mil milhões de pessoas e um PIB de 2,5 mil milhões de dólares nos 55 Estados-membros da organização pan-africana fundada em 2002, e com sede actual em Addis Abeba, capital da Etiópia. Em termos do número de países participantes, a ZCLCA passará a ser a maior zona de comércio livre do mundo desde a formação da Organização Mundial do Comércio, com um mercado "altamente dinâmico".

A população desta área de livre comércio deverá atingir os 2,5 mil milhões de habitantes até 2050, o equivalente a 26% do que está projectado para a população activa mundial, com uma economia que se estima que cresça duas vezes mais rápido que a do mundo desenvolvido.