Incapaz de repatriar o dinheiro que tem em Angola, retido no país devido à crise de divisas, a TAP está a reavaliar a operação angolana, adianta o jornal português Público, que dá conta de uma dívida de cerca de 50 milhões de euros do Estado angolano à companhia de bandeira portuguesa.

"Com os valores em dívida a subir a cada mês [a um ritmo de três milhões de euros mensais], há cenários mais extremados que começam a ser equacionados, nomeadamente, uma diminuição mais profunda dos voos ou, no limite, o cancelamento da rota", avança o diário, lembrando que o montante "preso" em Angola "representa praticamente o dobro do valor que a TAP registava no relatório e contas de 2015".

Segundo o jornal, a situação tem merecido uma intervenção especial do Estado luso, no sentido de garantir o serviço aos milhares de portugueses e empresas presentes em Angola.

"Têm existido conversações no sentido de dar mais tempo ao Estado angolano para responder aos apelos portugueses", assinala o Público, acrescentando que o facto de Angola não permitir que as empresas deixem de vender bilhetes em kwanzas agrava o impacto da crise na TAP.

Recorde-se que para a transportadora portuguesa já restringiu o pagamento de bilhetes em kwanzas às viagens com origem em Luanda e reduziu, em Junho, de dez para oito as frequências semanais entre a capital angolana e Lisboa.