A primeira paragem de Dunford (na foto), considerado um dos mais influentes oficiais de topo dos EUA, foi em Seul, onde reuniu com o Presidente sul-coreano Moon Jae-in, com quem abordou a vertiginosa subida de tom das ameaças da Coreia do Norte e a resposta, pelo menos, do mesmo nível de Washington.

Este périplo do general Dunford, que está a ser encarado pelos analistas desta perigosa crise na Península Coreana como um preâmbulo para uma eventual acção conjunta, que envolve, numa primeira linha, a Coreia do Sul e o Japão, para além dos EUA, contando todavia com o apoio já declarado do Governo australiano.

Recorde-se que esta preparação militar, estando ainda prevista, neste mapa de contactos, a ida de Dunford à China, que é o principal e quase único aliado de Pyongyang na Ásia Oriental, acontece depois de uma semana frenética onde Kim Jong-un ameaçou directamente atacar os EUA com mísseis intercontinentais e destruir Guam, uma ilha-base militar norte-americana situada a "escassos" 3 500 km"s do arsenal bélico norte-coreano.

Quase ao mesmo tempo que o Presidente dos EUA proferiu uma das suas frases mais bombásticas em seis meses como inquilino da Casa Branca, na qual ameaçou a Coreia do Norte com "fúria e fogo como o mundo nunca viu" se o seu homólogo Jong-un não parar com a escalada das ameaças e os testes de armas nucleares e dos chamados projécteis balísticos com capacidade para transportar ogivas nucleares.

Um dos objectivos desta melindrosa missão do general Dunford à região é olear a rede com os aliados, Seul e Tóquio, por forma a que fiquem, como tem avançado a imprensa norte-americana, totalmente anuladas quaisquer possibilidades de desentendimentos com a China, cuja acção preventiva para uma eventual acção bélica tem sido usada como "fire wall" por Pyongyang neste intrincado e perigoso jogo de guerra.

Como referido ainda por alguns analistas, esta deslocação tem ainda como intenção aliviar a tensão em países como o Japão e a Coreia do Sul, ambos ao alcance do arsenal convencional norte-coreano, especialmente os vizinhos do Sul, cuja capital, Seul, em caso de conflito, seria devastada em escassas horas devido à proximidade geográfica com a fronteira.

Como pano de fundo para este ambiente pesado e pouco saudável está ainda a recente aprovação de mais um pacote de sanções pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que retira a possibilidade a Pyongyang de vender carvão e minérios à China, perdendo mil milhões USD/ano, e ainda o anúncio de mais um exercício militar de larga escala entre Seul e Washington na região, condimentos seguros para mais tensão na Península.