Esta iniciativa de Donald Trump, única em muitas dezenas de anos, de expulsar um correspondente sénior na Casa Branca, foi criticada de imediato pela generalidade dos media norte-americanos e organismos da sociedade civil que defendem os direitos, liberdades e garantias constitucionais dos cidadãos..

No momento em que Acosta estava a confrontar o Presidente com uma série de questões, nomeadamente a possibilidade de a perda da Câmara dos Representantes poder fazer regressar a polémica sobre as suspeitas de conluio entre o inquilino da Casa Branca e a Rússia na manipulação das eleições que o elegeram há dois anos ou a polémica sobre as caravanas de imigrantes da América Central que se dirigem para os EUA, Donald Trump acusou-o de ser "uma pessoa rude e muito má" e um "fazedor de notícias falsas - fake news".

Donald Trump recusou responder e mandou o jornalista da CNN entregar o microfone, tendo este recusado fazê-lo durante algum tempo, até que uma funcionária da Casa Branca lho tirou das mãos e o passou a outro jornalista, que aproveitou para dizer a Trump que não concordava com ele e que Acosta era um "excelente repórter".

Entretanto, no fim do dia, quando Jim Acosta se dirigiu à Casa Branca para fazer um directo para a CNN foi confrontado por um agente dos serviços secretos, como conta o The New York Times, que o impediu de entrar e o informou que as suas credenciais para entrar no edifício estavam suspensas até novas ordens, exigindo-lhe o seu documento profissional que garante o acesso.

A decisão de impedir Jim Acosta de entrar na Casa Branca foi, posteriormente, confirmada publicamente por Sarah Huckabee Sanders, assessor de imprensa de Donald Trump, justificando-a com a acusação falsa de que o repórter da CNN tinha "apalpado" uma estagiária da Casa Branca que tem como trabalho entregar o microfone aos jornalistas para fazerem perguntas.

A CNN respondeu oficialmente e acusou Trump de ter fechado a porta aos seu jornalista por não gostar das perguntas que este lhe fez, naquele momento, e noutros, desde que este assumiu a Presidência dos EUA, refutando de forma veemente quaisquer possibilidade de haver um resquício de verdade na acusação feita a Jim Acosta de ter metido as mãos onde não devia.

A Associação de Correspondentes na Casa Branca também veio a público criticar a decisão de Trump, considerando-a "inaceitável e ofensiva" e a União das Liberdades Civis, um organismo criado e 1920 para defender os direitos e liberdades constitucionais de todos os cidadãos, com grande peso na sociedade norte-americana, veio exigir que seja "revertida imediatamente".