Este esforço derradeiro, que visa manter Lula da Silva em liberdade para que este possa, como já foi anunciado pelo seu partido, o PT, ser o candidato presidencial às eleições marcadas para Outubro, é consubstanciado num pedido dos seus advogados ao Supremo Tribunal Federal (STF) para analisar com urgência o recurso que visa manter em liberdade o ex-Presidente até que este esgote todas as possibilidades de apelo previstas na Constituição do país.

"Esperamos que a presidência do STF coloque em pauta o Habeas Corpus já interposto", escreve o advogado Cristiano Zanin em comunicado divulgado e Brasília, onde acrescenta que isso deverá permitir "assegurar a aplicação da Constituição Federal, que somente permite o afastamento da presunção de inocência" depois de esgotadas todas as possibilidades de recurso.

Recorde-se que Lula da Silva governou o Brasil entre 2003 e 2011, tendo ficado na história do país por ter retirado, graças a vários programas estatais nesse sentido, como, por exemplo, o denominado "Fome Zero", mais de 20 milhões de pessoas da pobreza.

A sua condenação, em Junho do ano passado, pelo conhecido juiz Sérgio Moro, a 9,5 anos de cadeia, em primeira instância, foi por ter, segundo a acusação, negado pela defesa, recebido um apartamento de luxo como suborno de uma das construtoras envolvidas nos múltiplos escândalos da Operação Lava Jato.

Mas, já este ano, em Janeiro, Lula recorreu para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, um tribunal de recurso de 2ª instância, onde o colectivo de três juízes não só confirmou a sentença como acrescentou dois anos e meio à pena de cadeia, para 12 anos, determinando ainda que o antigo Chefe de Estado brasileiro deve começar a cumprir pena assim que todos os recursos dentro do mesmo tribunal sejam concluídos.

Para evitar esta sequência de tramitações que inevitavelmente conduzirá Lula da Silva à cadeia e o impossibilita de concorrer à Presidência em Outubro, os seus advogados deram entrada a um chamado habeas corpus preventivo no Tribunal Superior de Justiça (STJ), que assume a responsabilidade de terceira instância.

No entanto, este recurso não teve provimento e a entrada de Lula na cadeia está somente dependente da decisão do STF, o limite de recurso possível de acordo com a lei brasileira, no sentido de impedir que Lula da Silva seja preso quando os últimos recursos forem analisados no Tribunal Regional Federal da 4ª Região