Horas depois do golpe - realizado quando o Presidente da República, Ali Bongo se encontrava em Marrocos em tratamento médico -, um porta-voz do Governo, Guy-Bertrand Mapangou, veio dizer aos jornalistas que o golpe tinha falhado.

"O Governo está no activo e as instituições do país estão a funcionar normalmente", disse este porta-voz na altura-

O golpe terá falhado porque as chefias superiores das Forças Armadas não alinharam no plano dos militares de patentes inferiores, contra aquilo que chamam o "desgoverno" do Presidente Bongo, o que agora não sucede porque este golpe foi liderado por generais, incluindo o novo líder do país, o até aqui comandante da guarda presidencial, general Brice Oligui Nguema.

O autodenominado Movimento Patriótico das Forças de Defesa e Segurança do Gabão, pelo qual o tenente Kelly Obiang, quando leu o seu manifesto, ladeado por outros dois militares, armados e vestidos com camuflados, deu a cara, alegou, como razão para o "golpe", a falta de condições de Ali Bongo para governar o país, devido ao seu estado de saúde física e mental.

O Presidente gabonês foi transferido para o exterior depois de ter sofrido um ataque cardíaco em Outubro de 2018.

De recordar que a intentona de 2019 falhou porque as chefias superiores do Exército não alinharam e também porque um contingente militar norte-americano foi enviado para este país, alegadamente por causa da sua localização estratégica face ao, na altura, tenso processo eleitoral na República Democrática do Congo (RDC).

A pouca simpatia que Ali Bongo conta ( contava) entre o povo é uma das razões pelas quais alguns analistas admitiam que este caso poderia estar, nesse período, mitigado, mas dificilmente serão evitadas outras tentativas para depor o Presidente e, com isso, eleger um novo Governo que permita uma melhor distribuição das riquezas oriundas do sector petrolífero.