Apesar de a internet estar a ser desde então um mar de contradições sobre este episódio, o facto é que o próprio PT tem em título, no seu site, sobre este assunto que Lula da Silva recebeu um rosário abençoado pelo Papa e não enviado especificamente por Francisco ao ex-Presidente do Brasil, que cumpre uma pena de prisão de 12,1 anos, estando detido há cerca de dois meses na prisão de Curitiba.

A questão pouco altera as notícias iniciais, como o Novo Jornal Online também noticiou, porque o terço foi, efectivamente, abençoado pelo Sumo Pontífice, e levado para o Brasil por um seu próximo, o argentino Juan Grabois, que foi seu conselheiro para assuntos de Justiça até 2017.

Grabois (na foto, com o Papa), que foi consultor do extinto Conselho Justiça e Paz, e desempenha as funções de coordenador dos movimentos sociais em diálogo global com o Papa Francisco, foi impedido de entrar na cadeia onde Lula está detido e o terço terá chegado ao ex-Presidente pela mão dos guardas prisionais.

Apesar de ser relativamente claro que o rosário não foi especificamente enviado pelo Papa, a questão de Grabois poder ser mensageiro de Francisco não foi desmentida em lado nenhum, havendo mesmo relatos de que o Vaticano assumiu essa condição de detentor de autorização para discutir alguns assuntos com Lula da Silva relacionados com questões humanitárias e sociais.

O site da agência do Vaticano sofreu mesmo várias alterações no que toca ao texto sobre este assunto, nas últimas horas, permanecendo uma nota onde não desmente mais nada para além de o rosário em causa se tratar de algo que é comum ser feito pelo Papa, o abençoar de objectos religiosos para entregar a pessoas em dificuldade em todo o mundo.

Facto é que Grabois é um homem próximo do Papa e foi impedido de visitar Lula.

A escassos meses das eleições, onde Lula se mantém como candidato do PT até ao limite das possibilidades legais, a produção de notícias falsas e desmentidos e contra-desmentidos, no Brasil, tende a crescer de forma acelerada.