"Relativamente ao condenado e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, concedo-lhe, em atenção à dignidade do cargo que ocupou, a oportunidade de apresentar-se voluntariamente à Polícia Federal em Curitiba até as 17h00 do dia 06/04/2018, quando deverá ser cumprido o mandado de prisão", notificou Sérgio Moro.

"Esclareça-se que, em razão da dignidade do cargo ocupado, foi previamente preparada uma sala reservada, espécie de Sala de Estado Maior, na própria Superintendência da Polícia Federal, para o início do cumprimento da pena, e na qual o ex-Presidente ficará separado dos demais presos, sem qualquer risco para a integridade moral ou física", pode ler-se no despacho decretado pelo juiz.

De acordo com a Lusa, que cita a estação de rádio CBN, Lula da Silva considerou "absurdo" o mandado de prisão de que é alvo, e acusou o juiz Sérgio Moro "de sonhar" com a sua detenção e de estar a agir politicamente para impedir o seu "direito à defesa.

O ex-Presidente declarou ainda que vai aguardar orientações dos advogados, para decidir se vai entregar-se, ou não, às autoridades, tal como foi decretado.

Tal como o Novo Jornal Online noticiou ontem, 5, o "habeas corpus", figura jurídica interposta pela defesa de Lula da Silva para o manter em liberdade até à derradeira possibilidade de recurso, foi negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, estando agora o ex-Presidente brasileiro mais perto de começar a cumprir a pena de 12 anos de prisão a que foi condenado devido ao seu envolvimento no escândalo de corrupção "lava jato".