"O fogo foi extinto na sua totalidade. Agora é a fase dos especialistas", declarou Gabriel Plus, numa conferência de imprensa em frente à catedral, em Paris.

O porta-voz dos bombeiros de Paris disse na manhã de hoje que os serviços de emergência estão actualmente "a examinar o movimento das estruturas e a extinguir os focos residuais" e que centenas de bombeiros vão continuar a trabalhar todo o dia.

Vão também ser retiradas algumas obras de arte do local com a ajuda de especialistas.

Gabriel Plus disse ainda que um "fogo violento" se espalhou "muito rapidamente por todo o telhado", em cerca de 1.000 metros quadrados.

O incêndio na catedral de Notre-Dame, um dos edifícios icónicos de Paris e da arte gótica, começou na segunda-feira, cerca das 18:50 locais (17:50 em Luanda).

Os bombeiros anunciaram já que a estrutura está "preservada na sua globalidade", mas não souberam prever a duração do combate às chamas, que envolve centenas de efectivos.

A Procuradoria de Paris disse que os investigadores estavam a considerar o incêndio como um acidente.

No local, o Presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que o pior tinha sido evitado e prometeu que a catedral do século XII será reconstruída.

A tragédia de Notre-Dame gerou mensagens de pesar e de solidariedade de chefes de Estado e de Governo de vários países, incluindo Portugal, bem como do Vaticano e da Organização das Nações Unidas.

"Majestoso e sublime edifício", como escreveu em 1831 o escritor francês Victor Hugo no seu romance "Notre-Dame de Paris", a catedral foi construída em 1163 e iniciou a função religiosa em 1182.

As imagens do incêndio foram transmitidas em directo pelas televisões de todo o mundo, incluindo a queda do pináculo, erguido sobre os quatro pilares do transepto que tinha 93 metros de altura.

Doações para reconstrução ultrapassam 600 milhões de euros

As doações de empresas e das grandes fortunas francesas para financiar a reconstrução da catedral de Notre-Dame, em Paris, atingida na segunda-feira por um grave incêndio, superavam hoje à tarde os 600 milhões de euros.

A família herdeira do grupo L'Oréal, Bettencourt-Meyers, e a multinacional francesa de cosmética anunciaram uma doação de 200 milhões de euros, montante que se junta aos 200 milhões de euros anunciados pela família Arnault e pelo grupo do segmento de luxo LVMH, que detém marcas como a Louis Vuitton, a Dior, a Bvlgari e a Marc Jacobs.

O grupo petrolífero Total e a família Pinault, dona do grupo de luxo Kering, o segundo grupo mundial no setor do luxo e que detém marcas como a Gucci, a Yves Saint Laurent e a Boucheron, também anunciaram uma doação de 100 milhões de euros, respectivamente.