O Partido dos Trabalhadores não precisou de tempo para reflectir no pedido de Lula da Silva e tronou público que é ele o homem que querem ver no boletim de voto quando, em Outubro próximo, os brasileiros forem às urnas escolher o novo Presidente da República.

Provavelmente, apesar da vontade do PT, isso não será possível, visto que compete ao Supremo Tribunal Federal, cerca de um mês antes das eleições, decidir se os candidatos estão, legalmente, em condições de disputar as eleições, devendo essa condição chocar com a lei eleitoral do país que exige "ficha limpa" aos concorrentes.

No entanto, segundo alguns analistas, existe a possibilidade de, por existirem brechas ínfimas na lei, o Supremo decidir que suspende a condenação enquanto Lula disputa as eleições e, no caso de vitória, até que o Presidente termine o seu mandato.

Se isso acontecer, apesar de improvável, Lula está bem posicionado para ganhar. De acordo com a última sondagem, publicada pelo DataFolha, um centro de sondagens do jornal Folha de São Paulo, o ex-Presidente aparece a liderar as intenções de voto, com 31 por cento, surgindo o actual Presidente, Michel Temer, com pouco mais de 2 por cento.

Foi neste cenário, de dúvida e esperança misturadas, que Lula disse a partir do cárcere: "Eu gostaria que vocês se sentissem completamente livres para tomar qualquer decisão porque 2018 é um ano muito importante para o PT, para a esquerda e para a democracia".

Nada disso, foi a resposta e o PT manteve Lula na corrida, garantindo ainda que não existe qualquer plano alternativo, tal a confiança de um volte-face no actual cenário, até porque, se não acontecer nada, entretanto, e se o Supremo negar a pretensão a Lula da Silva, detido deste 07 de Abril, o PT ficará com pouco mais de um mês para lançar outro nome na corrida.