Para a OMS, neste momento, a epidemia ainda não constitui "uma urgência de saúde pública de dimensão internacional, mas o risco de propagação internacional é particularmente grande".

No entanto, "existem fortes razões para crer que esta situação pode ser controlada", afirmou um membro do Comité de urgência da OMS, durante uma conferência de imprensa que decorreu em Genebra, Suíça.

Entretanto, foi activado um plano de emergência contra o ébola, em Mbandaka, no noroeste da RDC, anunciou também ontem o ministro da Saúde do Congo, Oly Ilunga, durante uma deslocação ao terreno.

Em declarações à televisão pública do seu país, Oly Ilunga afiimou que "o Governo decretou a gratuitidade dos cuidados de saúde porque a barreira financeira não pode, em nenhum caso, constituir um obstáculo ao seu acesso durante um período de epidemia".

De lembrar que a mais recente epidemia de Ébola na República Democrática do Congo (RDC) começou numa zona remota e despovoada da província do Equador, em Bikoro, há cerca de 15 dias, levando a Organização Mundial de Saúde a organizar uma resposta de urgência para evitar que o vírus chegasse a Mbandaka, a capital provincial, onde mais de 700 mil pessoas vivem em condições propícias a um perigoso alastramento desta doença hemorrágica.

Na sexta-feira, os alarmes tocaram, quando foram confirmados três novos casos de Ébola na cidade de Mbandaka.

O ministro da Saúde da RDC, Oly Ilunga, afirmava, em comunicado, que os casos foram registados na cidade de Mbandaka, onde tinha sido confirmado um caso no início da semana.

Existem agora 17 casos de Ébola confirmados, 21 casos prováveis e cinco suspeitos.

O Ébola é um vírus que se propaga através de algumas práticas culturais difíceis de suspender em algumas regiões de África, como sejam, entre outos, o toque com os lábios nos corpos dos mortos e os rituais de lavagem dos cadáveres, que são algumas das principais causas da dispersão da doença.

O Ébola tem nos fluídos corporais e secreções a principal via de contaminação.