Percebi na altura que iríamos seguir o caminho dos países africanos nas décadas de 60 e 70, quando, possivelmente com boas intenções, mas com carradas de ingenuidade, os seus líderes sonharam que a independência permitiria, num passe de mágica, recuperar o atraso em relações às potências colonizadoras que serviam então de referência. O resultado de tal opção é por demais conhecido e, salvo uma ou outra excepção, os países africanos conheceram retrocessos enormes em muitos domínios económicos e sociais.

Na altura, para além da sobranceria de não termos procurado aprender as lições da história africana e angolana - não se aproveitaram, nem se reconheceram os aspectos positivos de algumas medidas tomadas nos últimos anos do colonialismo, pelo contrário, repetiram-se alguns erros clamorosos do mesmo período -, tivemos a sorte de vermos aumentada a produção de petróleo, já prevista, associada a um aumento imprevisto do seu preço no mercado internacional. Estava composto o ramalhete que iria acelerar a atracção das lideranças angolanas para o abismo.

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