O novo debate - não tão novo assim quanto era e é esperado pelos angolanos - sobre a institucionalização das autarquias no país, levado a cabo pelo executivo nestas últimas semanas, tende a criar uma zona ainda mais cinzenta sobre esta matéria, na medida em que o assunto volta à agenda política nacional com os mesmos vícios de forma com que se discutiu todo o processo eleitoral de 2017 e cujo desfecho até ao ano passado, referimo-nos apenas ao desfecho dos debates, foi desastroso, já que, em nosso entender, houve uma usurpação dantesca e danosa de competências, sem colocarmos de parte que o sistema de registo eleitoral vigente excluiu de modo arbitrário e inconstitucional milhares de angolanos.
Claro que um dos pretextos agora é de que, tratando-se de eleições autárquicas, é preciso reformular o modelo de registo eleitoral, tal como defendeu recentemente o titular do Ministério da Administração e Reforma do Estado, que aponta o actual modelo de registo como estando mais ajustado para as eleições gerais, ou seja, para um espectro eleitoral mais alargado. À vista desarmada, o que defende o governante parece ser um posicionamento mais sóbrio e realista da questão. Mas tudo até aqui não passou disso mesmo, da aparência, e já nos explicamos porquê!
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