Estaria eu aqui hoje, descansadinho da silva, a beber o meu "chá com torradas", provavelmente a saboreá-lo com as novas do Carnaval que coincide praticamente com a data da saída a público desta crónica. Estaria eu, digo bem, a relembrar um passado recheado de coisas lindas desta festa que adoro e já foi minha, se não fosse a circunstância de, no próprio dia em que a escrevo, ter sido barbaramente atingido por duas imagens, iguais a muitas outras que as supersónicas redes sociais nos fazem chegar a casa com a rapidez do raio. Uma mais chocante que outra, mas ambas assustadoras, demolidoras do equilíbrio mental de qualquer indivíduo.

(...)

Atentem então. Um menino sujo, ranhoso, de olhar vivo e inteligente, apanhado em flagrante delito de roubo de mangas, suponho. Na nossa meninice, quantos de nós não roubaram mangas das árvores alheias? A ameaça brutal, o medo da criança perante a intimidação de ir à esquadra da polícia, a infantil tentativa de defesa e a gravidade da exposição pública, tudo isto reunido num filme feito com o protagonismo da criança, são imagens que encerram algo de monstruoso.

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