A anterior governação é responsável não só por ter legado aos angolanos um país com inúmeros problemas socioeconómicos e estruturais, decorrente, claro está, de uma gestão danosa, arrogante e permissiva aos crimes de vária ordem - como se pode constatar nos dias que correm com os escândalos de corrupção - como deverá ser também responsabilizada pela sistemática "coisificação" das liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos, que, perante uma série de atrocidades de que foi insistentemente cultor o então regime (muito embora continuemos a defender que o regime enquanto tal, ainda não mudou), quiseram, mesmo quando impedidos e violentados pelas forças da ordem e segurança públicas, levantar a sua voz em nome de um país mais justo e igualitário.
Nada do que dizemos acima constitui uma ilusão de óptica, pelo que o MPLA não deverá tomar isso como um ataque à sua imagem e/ou ao seu bom nome, que não é esta a nossa intenção e interesse ou mesmo apanágio, até porque os efeitos e as marcas desta triste memória ficaram visíveis na pele de cada um de nós que partilha este solo pátrio com aqueles que mais directamente foram vítimas de uma governação que nunca se dignou sequer a ouvir os insistentes gritos pelas mortes nas maternidades, pois se o tivesse ouvido não teríamos ainda hoje a taxa de mortalidade infantil que temos.
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