Não espanta que, por esta razão, permaneçam vivas as resistências às boas práticas que, em muitos aspectos, andam a fazer naufragar alguns dos seus comportamentos e actos governativos, num mar encapelado de desonra, indecência e de sabujice.

Porquê?

Porque os nossos políticos e governantes não gostam de ser escrutinados, odeiam prestar contas e detestam aprender com a experiência dos outros.

Costurado para blindar a fiscalização do antigo gerente da loja, o fato constitucional que ornamentava a sua imagem, colocava-o acima da lei, sendo ele próprio a lei.

O escrutínio desse poder absoluto, glorificado em todo o seu esplendor, tende agora a ser, aos poucos, descodificado por força do poder de uma opinião pública cada vez mais exigente e plural.

E se a democracia não quer ter apenso à testa um epíteto decorativo, tem de ir ao altar e celebrar matrimónio com um escrutínio mais abrangente e diversificado. Até lá, será preciso ainda quebrar muitas barreiras.

(Leia este artigo na íntegra na edição semanal do Novo Jornal, nas bancas, ou através de assinatura digital, disponível aqui https://leitor.novavaga.co.ao e pagável no Multicaixa)