Já a ingenuidade do capuchinho não é bem retratada na estória. Ela não é suficientemente punida. Entrega a avozinha ao mau da estória, depois de ter desobedecido a orientações muito firmes e claras da mãe dela, vai por onde não deve, e, no fim, o pobre lobo, que nem tempo teve para digerir a avó, que sai inteirinha da sua pança, é que paga! O coitado, que terá aproveitado, quiçá, apenas as bolachas e o chá que a criança levava para a velhinha, com tanto amor, é barbaramente assassinado pelo caçador, como tão bem enfatiza o Kiel. O Akira, o neto mais novo, contemporiza. Assinala umas pauladas no lobo mau, com a colaboração da polícia. E o pobre lobo, nesta versão da estória, com os tiros do caçador, e as pauladas da polícia, sai, desembestado, a fugir, numa correria doida, para a floresta, deixando, naturalmente, a avozinha inteirinha em casa, a dar beijinhos ao capuchinho vermelhinho. Espera-se, claro, que o capuchinho tenha aprendido a lição, e não desobedeça na estória seguinte, porque senão o lobo mau...

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