Talvez nunca ninguém o tivesse dito antes, mas os indicadores estão bem aí e não deixam muita margem para dúvida: em 42 anos de país independente, a História de Angola continua adiada, opaca e profundamente influenciada por aqueles que a querem ver narrada como uma manta de retalhos que vai alimentando a cada ano que passa uma ideia de orfandade que encobre uma geração, a nossa no caso, vezes sem conta acusada - e com alguma quota-parte de razão e verdade - de pertencer a um "tempo perdido", como se de nós apenas dependesse o juntar dos cacos das inúmeras garrafas que embriagaram os principais actores de uma história desprovida de voz regente, a História de Angola.
Comemora-se hoje no país uma independência que ficou sequestrada no crivo dos seus fazedores ou daqueles que em mão tiveram a decisão de legarem ao país pós-colonial um espaço de prosperidade entre os angolanos. Sábia ilusão de um tempo de horrores que se projectava afinal por obra de interesses inconfessos!
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