João Lourenço reprovou a atitude dos produtores que têm concessão de terras e que não as exploram, afirmando que "o Estado pretende dar início à redistribuição de terras e permitir que esse activo seja um factor impulsionador da diversificação da economia nacional".

No mesmo discurso, o Presidente da República disse que a banca comercial está, "de certa forma, acomodada nos negócios com o Estado, quando devia direccionar-se ao empresariado privado" e recomendou uma aliança tripartida entre a agricultura, a indústria e a banca.

"Em Angola, a terra é propriedade do Estado, que a concede por via de um título de concessão", indicou João Lourenço, salientando que, com esse título, "a pessoa a quem a terra é concessionada tem autorização para a explorar durante o tempo estabelecido no contrato".

O Presidente comprometeu-se, ainda, a iniciar o processo de cadastramento das terras do país, para depois serem atribuídas aos camponeses que já as cultivam.

"Nós temos que resolver um grande problema no nosso país, que afecta sobretudo os nossos camponeses. As famílias não são detentoras de títulos de propriedade das terras que cultivam. À luz da lei, à luz do Estado, elas acabam por não ser proprietárias e este é um trabalho que vamos ter de realizar, no sentido de cadastrar as terras dos camponeses e conseguirmos os títulos de propriedade", afirmou João Lourenço.

O país tem perto de 35 milhões de hectares de terras aráveis para a prática da agricultura, mas apenas cinco milhões de hectares estão cultivados.