O oficial chinês lidera uma missão a Angola composta por uma dezena de procuradores militares regionais, tendo afirmado, na quarta-feira, durante uma palestra realizada em Luanda, sobre a questão da extradição entre os dois países, no Ministério da Defesa, que, tendo como referência a excelência da cooperação militar bilateral, esta deverá passar também pela realização de manobras militares conjuntas.

Estas, ainda segundo Zhou Heping, citado pelo JA, visam o "aperfeiçoamento das técnicas militares".

A China mantém há vários anos um programa de formação e só nos últimos dois formou 25 oficiais angolanos e, segundo o chefe da Repartição de Informação e Análise da Procuradoria Militar das Forças Armadas Angolanas, coronel Álvaro João, na primeira fase foram formados 10 oficiais nas áreas de fiscalização genérica, apreensão, exame e avaliação dos objectos do crime, procedimentos da acusação pública e fiscalização do processo penal.

Considerando "dinâmica" a cooperação entre os órgãos judiciários entre Pequim e Luanda, Heping, por sua vez, apontou como certo o aprofundamento do "intercâmbio para desenvolvimento da parceria estratégica entre Angola e a China".

Embora a realização de exercícios militares conjuntos seja um passo importante e que não deixará de ter uma observação atenta por parte de outras potências militares, como os EUA e a Rússia, nem a parte angolana nem a chinesa avançaram pormenores sobre a dimensão ou datas para terem lugar.

Djibuti já viu militares chineses em exercícios

Os primeiros exercícios militares envolvendo o poderio militar chinês em África tiveram lugar em Setembro, na base que a China tem no Djibuti, no Corno de África, com o envio de mais de 10 mil militares do Exército Popular.

O Djibuti alberga a primeira base militar chinesa no exterior do país, que foi inaugurada 01 de Agosto, e foi dela que partiram os primeiros exercícios militares chineses num país estrangeiro.

Se se confirmaram os exercícios conjuntos das FAA e do Exército de Libertação Popular Chinês, estes poderão constituir a segunda "saída" das forças chinesas em África, pelo menos, para manobras militares.

Estes exercícios envolveram a participação de dezenas de oficiais chineses e pelo menos 10 mil soldados, que têm como missão, na base do Djibuti, anunciada pela China o apoio ao abastecimento dos navios militares que participam em missões internacionais ou não na região, como, por exemplo, o combate à pirataria.