Se estiverem reunidas as condições técnicas necessárias, os debates parlamentares poderão começar a ser transmitidos em directo a partir do próximo mês de Dezembro, informou Emília Carlota Dias.

De acordo com a porta-voz da Assembleia Nacional, em declarações à Rádio Nacional, o tema esteve em análise em sede da conferência dos presidentes dos grupos parlamentares, no final da semana passada.

"O presidente da Assembleia Nacional criou um grupo de trabalho para dar tratamento específico a esta questão, e orientou que os trabalhos deste grupo técnico sejam apresentados num período de tempo muito curto", adiantou a responsável, confiante de que o processo fique concluído até ao final do ano.

"Estamos em crer que no próximo mês de Dezembro estaremos em condições, se realmente as condições técnicas assim o permitirem, de começar a transmissão em directo das sessões plenárias da Assembleia Nacional", antecipou Emília Carlota Dias.

O calendário apresentado pela responsável coincide com as informações recolhidas pelo Novo Jornal junto de fonte parlamentar.

Decisão de trasmitir em directo as sessões parlamentares é irreversível

Conforme notícia publicada no início de Outubro pelo nosso semanário, a decisão de transmitir em directo as sessões plenárias "será irreversível", faltando apenas acertar pormenores que têm que ver com os canais de transmissão e outros detalhes que interferem directa e indirectamente na grelha de programação dos órgãos públicos de comunicação.

Em análise, ainda de acordo com a fonte do Novo Jornal, está a possibilidade de os debates serem transmitidos pelo canal 1 ou pelo canal 2 da Televisão Pública de Angola. Já no que diz respeito à transmissão radiofónica, o assunto não parece constituir uma dor de cabeça, uma vez que, se não for possível pelo canal público, existirá a possibilidade de uma frequência para uma espécie de rádio-parlamento.

Uma outra fonte parlamentar aponta ainda para a possibilidade de o Parlamento avançar com um sinal autónomo da estação pública, uma saída que não está descartada de todo se se partir do princípio que o novo edifício da Assembleia Nacional está equipado com material técnico e tecnológico de ponta, "condições mais do que suficientes para que as transmissões fossem um facto por via de sinal autónomo".

A terceira legislatura foi toda ela acompanhada por profissionais da comunicação através de uma sala para onde eram encaminhados, situação que provocou um mal-estar entre o Parlamento e a direcção do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, que na altura repudiou a decisão da "casa das leis", acusando-a de interferir no trabalho dos jornalistas.