Bornito de Sousa discursou na abertura do V Fórum dos Municípios e Cidades de Angola (FMCA), sublinhando a importância das autarquias do ponto de vista do tratamento dos assuntos inerentes ao ordenamento do território, saneamento básico, saúde, educação, cultura, ambiente, desporto e outros aspectos de interesse das comunidades locais.

O Vice-presidente anunciou que, doravante, a FMCA é um órgão auxiliar do Presidente da República e que a instituição vem assumindo cada vez mais como um espaço privilegiado de debates, troca de ideias e de interação entre os órgãos da Administração Central e Local do Estado.

Relativamente à reforma do Estado, Bornito de Sousa adiantou que se vai iniciar com a descentralização do poder central.

Por isso, defendeu "persistência na promoção da descentralização administrativa, tornando cada vez mais eficazes os mecanismos de coordenação, monitorização e avaliação dos programas de desenvolvimento local".

"A reforma do Estado será um dos principais domínios da acção do Executivo nesta IV Legislatura", notou.

À margem doencontro, o Novo Jornal Online ouviu o governador do Uige, Pinda Simão, que defende que a descentralização vai ajudar a uma maior igualdade e justiça social, à diminuição das assimetrias regionais e ao combate à fome e à pobreza extrema.

"Com desconcentração do poder vamos a exigir intervenção por parte dos municípios, os quais devem ser cada vez mais fortes, ter mais espaço e mais recursos humanos e financeiros, para que se tenha um verdadeiro desenvolvimento local" frisou.

Na opinião do agrónomo Domingos Salviano Miezi, as assimetrias regionais têm criado enormes dificuldades, sobretudo nas áreas rurais onde falta quase tudo.

"Com as autarquias a funcionar, não teremos muitos problemas, porque o poder local consegue identificar os principais problemas que enfrentam as comunidades", notou.

Opinião idêntica tem o sociólogo Almeida Neto Salvaterra. Segundo este, se o país implementasse já as autarquias, a miséria e a pobreza que afecta quase toda a população angolana reduziria

"Temos confiança na actual equipa liderada pelo Presidente João Lourenço. Vamos esperar que façam algo para salvar a população á deriva", disse.

O governador de Malanje, Norberto dos Santos "Kwata-Kanwa", disse que para acabar a fome, o seu governo tem vindo a intensificar a agricultura familiar e a estimular o movimento associativo nas comunidades rurais para melhor organização dos pequenos agricultores.

"Isso vai aumentar a produção alimentar e gerar empregos nas comunidades rurais, através da agricultura, visando acelerar o combate à fome, pobreza e miséria", afirmou.