Nesta que será a sua segunda viagem ao interior, desde que foi empossado como Presidente da República, João Lourenço, vai presidir em Cabinda à segunda reunião do Conselho de Ministro nesta província, a primeira fora de Luanda.

No mês passado, o novo Presidente de Angola, João Lourenço, encabeçou, pela primeira vez, a reunião de Conselho de Ministros desta IV legislatura, onde foi prestada informação sobre o processo de preparação do OGE de 2018, que o Governo deverá levar à Assembleia Nacional até este mês, bem como do cronograma atualizado do Programa de Investimento Público (PIP) para o próximo ano.

O novo governador de Cabinda, Eugénio César Laborinho, disse aos jornalistas que as condições estão criadas para a província albergar a reunião do Concelho de Ministros.

A semelhança de outras províncias, Cabinda tem vindo a enfrentar problemas de abastecimento de energia electrica e água potável.

Mas o executivo provincial liderado Eugénio César Laborinho prometeu que vai implementar um conjunto de acções para melhorar a produção e distribuição de energia eléctrica e água potável às populações.

Eugénio Laborinho anunciou que muito brevemente as Centrais Térmicas de Malembo passarão a funcionar com gás, como principal combustível, ao invés do gasóleo utilizado desde a sua inauguração.

Assegurou que essa será uma luta para que até entre final de Novembro e início Dezembro do ano em curso as três turbinas, sendo duas de 35 Mw cada e uma de 25, começam a funcionar a gás natural.

"Estamos prontos também para continuar a trabalhar para que se venha também a resolver a situação ligada aos municípios do interior, buscando outras soluções como é o caso de energia hídrica ou solar", afirmou.

Preocupado com as constantes restrições que se verificam no fornecimento de energia às populações da cidade de Cabinda e Vila de Landana (Cacongo), Laborinho sustenta que a dependência do gasóleo não deve continuar a ser motivo para os apagões.

Relativamente à carta da FLEC, invocando o lema de campanha de João Lourenço, de "melhorar o que está bem e corrigir o que está mal", a organização aponta, 11 anos depois, o insucesso do "Memorando de Namibe" e do "Estatuto Especial para Cabinda", que decorrem da instituição do "Fórum Cabindês para o Diálogo".

"O Memorando de Namibe foi mal negociado e não trouxe a paz desejada", refere, acrescentando que o estatuto para Cabinda "continua a ser uma miragem" e "um mistério ilegível aos olhos do povo de Cabinda, especialmente com a juventude".

"Sim, senhor Presidente, devemos corrigi-lo e melhorar a sua aplicação", defende a carta da FLEC, acrescentando que há um "grupo de reflexão" daquela organização, que constitui "uma ampla corrente de opinião comprometida resolutamente com a não-violência, pela paz", que "se opõe ao conceito de luta armada como instrumento de reivindicação".

Para o pastor da igreja Espirito Santo no Mundo, Jesus Kissokoka, a visita do Presidente João Lourenço, "é uma grande oportunidade para dialogar com a sociedade civil no que diz respeito à autonomia de Cabinda".

"O problema não é de independência, mas sim de autonomia que deve ser bem negociado com Governo central. Acredito que a nova direcção do país estará aberta para resolver este problema", acrescentou.