"Esta deturpada e intencional interpretação, que nos está a ser vendida pelo Executivo, é o modo que alguns ideólogos encontraram para continuarem a manter o controlo total da governação, o poder vertical na mão de um só senhor, que continuará a mandar em tudo e a retardar, por consequência, o desenvolvimento do país e os direitos dos cidadãos", acrescentou Adalberto da Costa Júnior.

Adalberto da Costa Júnior discursava na abertura do seminário metodológico sobre autarquias organizado pela UNITA, referiu que "pretender legislar para realizar eleições locais em menos de um terço dos municípios do país, representa a confissão de que não há obra para mostrar ao cidadão e não há benefício de serviços básicos para a maioria das populações".

"Não existem infra-estruturas sanitárias na maioria dos municípios do país, apesar da aprovação de verbas milionárias nos orçamentos e por isso a necessidade de transferir, agora e à pressa, algumas verbas, para depois escolherem menos de 50 municípios, onde se concentrarão meios e aí tentarem mostrar que se fez alguma coisa", argumentou.

Na sua opinião, o Governo quer abandonar o grosso dos municípios em áreas rurais e deixar a maior superfície geográfica fora da administração local, para ficar sob exclusiva administração central.

"Chamo a atenção para a existência de uma agenda institucional, determinada a vender-nos gato por lebre e a trocar poder autónomo por órgãos desconcentrados do poder central e, intencionalmente, determinada a confundir autarquias com municipalização de alguns serviços, procurando evitar a todo o custo a partilha de poderes com a comunidade de cidadãos, os verdadeiros depositários do poder local", frisou.

Lembrou que, o país todo clama pela realização das autarquias, assunto há muito adiado e que, fruto da pressão pública, vai ganhando espaço central na agenda institucional.

Segundo o deputado, a realização de eleições autárquicas e a assunção efectiva do poder local, têm tido prioridade na agenda política da UNITA e são uma prioridade para o seu grupo parlamentar.

O seminário, que termina amanha, contém quatro painéis que permitirão debater questões como a "Gestão por competências, a Competência Organizacional e a Competência Individual".