"A conjuntura económica e financeira e o facto de muitos membros não participarem nas actividades que a direcção do partido organiza, obriga à redução de 50 por cento do seu Comité Central", disse aos jornalistas o secretário para a Informação da FNLA, Jerónimo Makano.

Segundo o secretário para a informação, a FNLA que quer pôr fim crise de liderança que afecta este partido político, prepara o II Congresso Extraordinário, que se realiza de 25 a 28 deste mês, na cidade do Huambo.

Recentemente, um grupo de 138 membros, dos 411 que compõem o Comité Central da FNLA, remeteu um abaixo-assinado ao Tribunal Constitucional (TC), solicitando a demissão incondicional do seu secretário-geral, Pedro Mucumbi Dala.

O Novo Jornal Online apurou que os membros do Comité Central recusam participar nas actividades agendas pelo partido devido a múltiplas acusações de ilegalidades cometidas pela direcção.

A divisão na FNLA remonta ao ano de 1997, altura em que Lucas Ngonda, actual líder, convocou um congresso à margem dos estatutos do partido, rejeitado entretanto, pelo já falecido líder fundador do partido, Holden Roberto.

Em 2004, Holden Roberto decidiu convocar um congresso no qual foi reeleito presidente do partido, Lucas Ngonda primeiro vice-presidente e Ngola Kabango, segundo vice-presidente, resultados, entretanto, rejeitados por Lucas Ngonda, que até hoje lidera a outra ala da FNLA e agora com o reconhecimento do Tribunal Constitucional.

FNLA é um movimento político fundado em 1954. Foi um dos movimentos nacionalistas angolanos durante a guerra anticolonial de 1961 a 1974.

Nasceu com o nome de União das Populações do Norte de Angola (UPNA), assumindo em 1958 o nome de União das Populações de Angola (UPA). Em 1961, a UPA e um outro grupo anti-colonial, o Partido Democrático de Angola (PDA), constituíram conjuntamente a FNLA.

Depois da independência de Angola, a FNLA lutou contra o Governo do MPLA, mas o movimento liderado por Holden Roberto perdeu importância face à UNITA.

A FNLA ainda existe como partido político, mas foi muito enfraquecido nos últimos anos devido a divergências entre as várias alas do partido, tendo neste momento apenas um deputado na Assembleia Nacional.