Numa conferência de imprensa realizada hoje, depois de uma audiência com o Presidente da Assembleia Nacional, Paolo Balladelli lembrou aos jornalistas que a campanha eleitoral para as eleições de 23 de Agosto, iniciada há duas semanas, "decorrem sem incidentes graves ou clima de tensão entre simpatizantes" das forças políticas e candidatos concorrentes.

Com esta afirmação, o representante do PNUD e coordenador das diversas agências das Nações Unidas em Angola, mostrou-se alheio às várias denúncias feitas pela oposição, nomeadamente o maior partido da oposição, a UNITA, que tem vindo a denunciar casos graves de intolerância política.

Na mesma ocasião, Balladelli salientou que, na qualidade de representante das Nações Unidas no país, tem transmitido recomendações aos líderes políticos sobre a importância da preservação da paz.

E aproveitou ainda para transmitir o seu apelo à população e às formações partidárias para se absterem da prática de violência.

Estas são as 4ªs eleições por voto directo e universal desde que Angola optou pelo multipartidarismo em 1991.

As eleições gerais de 23 de Agosto contam com seis forças políticas a disputar os 220 lugares no Parlamento e ainda a eleição do Presidente da República e do Vice-presidente, que são, respectivamente, o primeiro e o segundo nome das listas apresentadas pelo círculo nacional.

Vão estar na disputa pelos votos dos 9,3 milhões de eleitores, conforme o sorteio que ditou a disposição no boletim de voto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que propõe Isaías Samakuva para Presidente da República, a Aliança Patriótica Nacional (APN), cujo cabeça de lista é Quintino Moreira, o Partido da Renovação Social, cuja aposta para a Presidência é Benedito Daniel, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tem João Lourenço para substituir José Eduardo dos Santos na Cidade Alta, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com Lucas Ngonda a liderar a lista; e a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que apresenta Abel Chivukuvuku para Chefe de Estado.

O círculo nacional elege 130 deputados e os círculos das 18 províncias elegem 90, cinco deputados por cada uma delas, contando a Comissão Nacional Eleitoral com 12 512 Assembleias de Voto reunindo um total de 25 873 Mesas de Voto.