André da Silva Neto explicou que, ao final da tarde de ontem, em resposta às reclamações apresentadas por vários partidos políticos concorrentes às eleições gerais - de que muitos dos seus delegados de lista não tinha sido credenciados -, a CNE decidiu transformar alguns delegados suplentes em efectivos.

A decisão, segundo o presidente da CNE, não chegou em tempo útil a todas as comissões eleitorais, fazendo com que os presidentes de algumas mesas das assembleias de voto impedissem, ao início da manhã, a entrada dos novos efectivos.

O responsável lembrou que, à luz do que estava inicialmente definido, em cada mesa de voto deveria estar um delegado de lista efectivo de cada um dos partidos concorrentes, e, só na eventualidade de este se mostrar indisponível, se recorreria ao suplente.

O presidente da CNE garantiu que a situação foi prontamente tratada pela CNE, encontrando-se já ultrapassada.

Já sobre as queixas relativas ao local de votação dos delegados, com alguns a reclamarem que têm de votar muito longe das mesas de voto, o responsável esclareceu que só os efectivos podem votar nas mesas para onde foram destacados, situação que foi alargada aos delegados suplentes transformados em efectivos.

Silva Neto defendeu igualmente que competia aos partidos fazerem as listas com essa preocupação geográfica, acrescentando que a CNE credenciou cerca de 169 mil delegados de lista.

O presidente da CNE destacou ainda a forma exemplar como o processo está a decorrer, e exortou todos os angolanos a exercerem o seu direito de voto, lembrando que as urnas estão abertas até às 18h.

Estas eleições gerais contam com seis forças políticas a disputar os 220 lugares no Parlamento e ainda a eleição do Presidente da República e do Vice-presidente, que são, respectivamente, o primeiro e o segundo nome das listas apresentadas pelo círculo nacional.

Estão na disputa pelos votos dos 9,3 milhões de eleitores, conforme o sorteio que ditou a disposição no boletim de voto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que propõe Isaías Samakuva para Presidente da República, a Aliança Patriótica Nacional (APN), cujo cabeça de lista é Quintino Moreira, o Partido da Renovação Social, cuja aposta para a Presidência é Benedito Daniel, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tem João Lourenço para substituir José Eduardo dos Santos na Cidade Alta, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com Lucas Ngonda a liderar a lista; e a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que apresenta Abel Chivukuvuku para Chefe de Estado.

O círculo nacional elege 130 deputados e os círculos das 18 províncias elegem 90, cinco deputados por cada uma delas, contando a Comissão Nacional Eleitoral com 12.512 Assembleias de Voto reunindo um total de 25.873 Mesas de Voto.