Nas críticas feitas pela oposição são sublinhados o uso abusivo de bens do Estado e as condições indignas e sem segurança em que as pessoas estão a ser transportadas.

O porta-voz da UNITA, Alcides Sakala, confirmou ser visível essa realidade, afirmando que estes camiões "transportam pessoas de longe e sem segurança, amontoados em carroceiras, como animais. Muitos vêm de outras províncias coagidos".

De acordo com o dirigente da UNITA, a forma como são transportados, "sem conforto absolutamente nenhum, e em risco permanente, é um atentado aos direitos humanos".

O membro da CASA-CE, Domingos Ginga André, acrescentou também que quando esses camiões transportam militantes para os comícios "depois muitos são abandonados na hora de regresso".

"Isso aconteceu nas províncias do Bengo e Uíje, onde muitos militantes tiveram que pagar a sua passagem de regresso, porque não conseguiram identificar os camiões que os transportou", descreveu.

O membro do PRS, Santos Jamba Coxe, revelou que o MPLA mobilizou mais de 200 camiões e autocarros públicos e privados que na madrugada do dia 21 vão transportar os seus militantes das províncias vizinhas do Kuanza Norte, Bengo e Kuanza Sul para assistirem ao fecho da campanha em Luanda.

O MPLA vai encerrar a campanha com um comício no Sambizanga, em Luanda.

"Eles temem que encerramento da campanha não corra bem visto que a CASA-CE e a UNITA também vão encerrar as suas campanhas em Luanda. É por isso, pediram reforço nas províncias vizinhas, estando a transportar muitas pessoas das províncias vizinhas", argumentou Jamba Coxe.

Tomas da Silva, deputado do MPLA, desvalorizou as acusações da oposição afirmando que "o MPLA não precisa de ir buscar pessoas nas outras províncias para encher comícios".

"Somos um partido forte e de milhões de militantes a nível de Luanda. Não precisamos reforço das províncias vizinhas", enfatizou.

Luanda, palco do combate político final

A cidade de Luanda prepara-se para assistir na segunda-feira aos três maiores comícios da campanha eleitoral para as eleições de 23 de Agosto.

No dia que antecede as 24 horas de reflexão antes da ida às urnas, as três maiores forças políticas angolanas vão convergir para Luanda com toda a sua "artilharia" para disparar argumentos políticos no derradeiro esforço para conquistar os eleitores que estejam eventualmente ainda indecisos.

O MPLA vai estar concentrado no Sambizanga, onde espera ter mais de 700 mil pessoas para ouvir o último discurso de campanha do seu candidato João Lourenço, a UNITA ruma aqo Cazenga para montar o9 palco para o último discurso de Isaías Samakuka antes da ida às urnas, e a CASA_ marcou no mapa da capital o KIlamba KIaxi para encontro final com os seus militantes e apelo ao voto em Abel Chivukuvuku.

Fontes do MPLA adiantaram ao Novo Jornal Online, que José Eduardo dos Santos, Presidente do MPLA, poderá aparecer no último dia de campanha do seu partido, para reforçar o apelo ao voto de confiança em João Lourenço.

"Será uma ocasião especial a presença do Presidente do MPLA, onde José Eduardo dos Santos se poderá despedir dos militantes e dos angolanos que ele governa desde 1979", disse um dirigente do MPLA ao Novo Jornal Online.

Os discursos não vão fugir dos lemas. O MPLA, por exemplo vai insistir no "Melhorar o que está bem e corrigir o que está mal" ou que o Governo vai "continuar a investir na construção de mais infra-estruturas e melhorar a vida da população.".

Do candidato da UNITA a Presidente da República, Isaías Samakuva, espera-se ouvir, como linhas mestras do seu derradeiro discurso de campanha, o reiterar da necessidade de a população apostar na mudança formando um Governo inclusivo bem como reavivar das promessas de combate à corrupção.

Para além de apresentar-se a votos ainda com a promessa de implementar o poder autárquico em Angola até 2019 e de rever a Constituição Abel Chivukuvuku falara também da miséria e mudanças que o país precisa para fazer chegar a todos a riqueza produzida no país.