Numa declaração feita na terça-feira, durante um encontro com os observadores eleitorais nacionais, Rui Ferreira explicou que a acção do TC dependerá sempre, todavia, de os recursos cumpram com os requisitos legais.

Até ao momento, ainda segundo o magistrado apenas existiam dois recursos interpostos pela CASA-CE, um pedido de substituição de um candidato a deputado por desistência, e a troca de posicionamento de um candidato na lista do PRS.

Rui Ferreira deixou ainda um recado aos concorrentes, lamentando que alguns prefiram recorrer aos meios de comunicação social para apresentarem as suas reclamações, quando o podiam fazer como prevê a Lei, na Comissão Eleitoral de onde seguem para apreciação do TC.

Quanto a eventuais irregularidades no processo eleitoral, o Presidente do Tribunal Constitucional afirmou que não deu entrada neste órgão quaisquer reclamações ou denúncias.

As mesas de voto abriram hoje em todo o país, cerca das 07:00, sem registo de incidentes até ao momento, excepto alguns atrasos na abertura das portas, para aquelas que são as 4ªs eleições por voto directo e universal desde que Angola optou pelo multipartidarismo em 1991.

As eleições gerais de 23 de Agosto contam com seis forças políticas a disputar os 220 lugares no Parlamento e ainda a eleição do Presidente da República e do Vice-presidente, que são, respectivamente, o primeiro e o segundo nome das listas apresentadas pelo círculo nacional.

Vão estar na disputa pelos votos dos 9,3 milhões de eleitores, conforme o sorteio que ditou a disposição no boletim de voto, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que propõe Isaías Samakuva para Presidente da República, a Aliança Patriótica Nacional (APN), cujo cabeça de lista é Quintino Moreira, o Partido da Renovação Social, cuja aposta para a Presidência é Benedito Daniel, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que tem João Lourenço para substituir José Eduardo dos Santos na Cidade Alta, a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), com Lucas Ngonda a liderar a lista; e a Convergência Ampla de Salvação de Angola - Coligação Eleitoral (CASA-CE), que apresenta Abel Chivukuvuku para Chefe de Estado.

O círculo nacional elege 130 deputados e os círculos das 18 províncias elegem 90, cinco deputados por cada uma delas, contando a Comissão Nacional Eleitoral com 12 512 Assembleias de Voto reunindo um total de 25 873 Mesas de Voto.