No mesmo despacho, o PR dispensou os embaixadores José Agostinho Neto, que estava no Botswana, João Vahekeni, que ocupava o cargo no Japão, Virgílio Marques de Faria, até aqui no Quénia) e Maria Elizabeth Simbrão de Carvalho, que deixa a Embaixada na Bélgica.

João Lourenço mexeu ainda os embaixadores, Miguel Costa (França), João Garcia Bires (China), Maria de Jesus dos Reis Ferreira, (Áustria) e Apolinário Jorge Correia, acreditado Junto do Escritório das Nações Unidas em Genebra e Organizações Internacionais).

Em despacho também assinado, o Presidente da República de Angola exonerou do cargo de Governador da Província do Bengo, João Bernardo de Miranda.

Nomeações

O actual governador do Bengo, João Bernardo de Miranda, vai render em França Miguel Costa, ao passo que o antigo ministro das Relações Exteriores, George Rebelo Chicoti representará Angola na Bélgica.

João Salvador dos Santos Neto segue para a República Popular da China, para ocupar o lugar deixado pelo ex-embaixador João Garcia Bires, que não foi reconduzido.

Para São Tomé e Príncipe, de onde saiu o actual Comandante-Geral da Polícia Nacional, Alfredo Mingas "Panda", como embaixador, segue Joaquim Duarte Pombo, ao passo que Margarida Rosa da Silva Izata vai render Apolinário Jorge Correia no Escritório das Nações Unidas em Genebra e Organizações Internacionais.

Maria Filomena Lobão Telo Delegado (antiga ministra da Promoção e Mulher) vai para a África do Sul substituir Josefina Diakite, agora deputada na Assembleia Nacional, e Maria de Jesus dos Reis Ferreira é a nova Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola acreditada na Representação Permanente junto da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, lugar deixado pelo veterano Ismael Gaspar Martins.

José Luís de Matos Agostinho (ex-ministro da Comunicação Social) vai ocupar o lugar de embaixador em Espanha, vaga deixada por Victor Lima, agora secretário para os assuntos diplomáticos da Presidência da República.

Beatriz António Manuel de Morais foi designada para o cargo de Embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária da República de Angola na República do Botswana e Syianga Kivuila Samuel Abílio (ex-administrador da Sonangol para Pesquisa e Produção) caminha para Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola no Quénia e Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Angola acreditado na Representação Permanente da República de Angola junto dos Escritórios das Nações Unidas em Nairobi.

Para responder pelos assuntos da competência do governador da província do Bengo enquanto não for nomeado um governador, fica Domingos Guilherme, que é o actual Vice-governador da Província do Bengo para os Serviços Técnicos e Infraestruturas.

Mudanças na rede diplomática ao nível de representações

Recentemente, o Governo angolano anunciou estudar a possibilidade de encerrar nove embaixadas e 18 consulados-gerais, nomeadamente em Lisboa, Faro e Macau, além de 10 representações comerciais, incluindo em Portugal, para poupar mais de 66 milhões de dólares.

A informação consta da proposta elaborada pelo secretário para os Assuntos do Diplomáticos do Presidente da República de Angola, Victor Lima, antigo embaixador em Espanha, entregue este mês ao Ministério das Relações Exteriores (MIREX).

No documento da Casa Civil do Presidente da República é proposta, como primeira medida, o encerramento das embaixadas em Singapura e Indonésia, Vietname, Holanda, México, Canadá, Grécia, Hungria, Polónia e Guiné Conacri, prevendo poupar aos cofres do Estado mais de 18,5 milhões de dólares, "em conformidade com o mapa de orçamento adstrito às missões diplomáticas elaborado pelo Ministério das Finanças".

A segunda medida envolve o encerramento de 18 missões consulares e a consequente transformação em sector consular junto da missão diplomática (embaixadas), alegando que "não se justifica" a manutenção de consulados gerais instalados em capitais dos países onde existem missões diplomáticas, "por razões várias, de entre as quais destacamos uma espécie de bicefalia, com todos os inconvenientes que daí derivam", lê-se no documento.

Neste caso é proposto o encerramento dos consulados-gerais em Londres (Reino Unido), Guangzhou (China), Dubai (EAU), Nova Iorque (EUA), Roterdão (Holanda), Hong Kong, Paris (França) Los Angeles e Houston (Estados Unidos), Lisboa e Faro (Portugal), Venezuela, São Paulo (Brasil), Macau, Frankfurt (Alemanha), Toulouse (França), Cidade do Cabo e Joanesburgo (África do Sul), estimando uma poupança de 41,5 milhões de dólares.

"Pensamos que nesta fase é absolutamente conveniente que exista uma concentração de meios e racionalização de custos para atingirmos o máximo de objetivos", sublinha o documento da Casa Civil do PR.

Uma terceira medida, estimando uma poupança de 6,1 milhões de dólares, passa pelo encerramento das representações comerciais em Itália, China, Brasil, Espanha,

Portugal, Estados Unidos, África do Sul, Bélgica, Macau e Suíça passam a contar com a integração nas missões diplomáticas dos actuais representantes comerciais, "com a categoria de adidos comerciais ou adidos económicos"

"Não deve ser aberta nem mais uma representação diplomática enquanto não se consolidarem as medidas do redimensionamento ora propostas e deve-se, sobretudo, ser firme nas decisões que vierem a ser tomadas de modo a evitarem-se excessivas considerações que poderão de alguma forma comprometer o objectivo fundamental deste processo de redimensionamento", alerta a proposta, que estima uma poupança directa anual de 66,3 milhões de dólares só no encerramento de representações.

O quarto vector deste redimensionamento defende o corte no pessoal afecto às missões diplomáticas, nomeadamente através da redução de funcionários de nomeação central com categoria diplomática em 30% a 40%, "em função da importância estratégica de que se reveste o país de acreditação".