Segundo o documento, elaborado pelo secretário para os Assuntos Diplomáticos do Presidente da República de Angola, Victor Lima, antigo embaixador em Espanha, o encerramento de 18 missões consulares é proposto porque "não se justifica" a manutenção de consulados gerais instalados em capitais dos países onde já existem embaixadas.

Esse é o caso de Portugal e de outros 12 países, refere o documento da Casa Civil do Presidente da República, que enumera os consulados que estão na lista de encerramentos.

Para além das cidades portuguesas de Lisboa e Faro, o corte vai abranger a capital do Reino Unido, Londres, e os seguintes destinos: Guangzhou (China), Dubai (Emirados Árabes Unidos), Nova Iorque, Los Angeles e Houston (EUA), Roterdão (Holanda), Hong Kong (Hong Kong), Paris e Toulouse (França), Venezuela, São Paulo (Brasil), Macau, Frankfurt (Alemanha), Cidade do Cabo e Joanesburgo (África do Sul).

Os planos de redimensionamento, citados pela agência Lusa - que teve acesso ao documento entregue este mês ao Ministério das Relações Exteriores - adiantam que esse mapa se explica "por razões várias, de entre as quais uma espécie de bicefalia, com todos os inconvenientes que daí derivam".

Já no que diz respeito ao encerramento de embaixadas, o secretário para os Assuntos Diplomáticos do Presidente da República propõe que se fechem as representações de Singapura e Indonésia, Vietname, Holanda, México, Canadá, Grécia, Hungria, Polónia e Guiné Conacri.

A par do fecho das embaixadas e consulados, os planos prevêem o encerramento de 10 representações comerciais, nomeadamente em Itália, China, Brasil, Espanha, Portugal, Estados Unidos, África do Sul, Bélgica, Macau e Suíça, e respectiva integração nas missões diplomáticas dos actuais representantes comerciais, "com a categoria de adidos comerciais ou adidos económicos".

Da combinação destes ajustes estima-se que resultará uma poupança anual de mais de 66 milhões de dólares,"em conformidade com o mapa de orçamento adstrito às missões diplomáticas elaborado pelo Ministério das Finanças".

"Pensamos que nesta fase é absolutamente conveniente que exista um mando único, concentração de meios e racionalização de custos para atingirmos o máximo de objectivos", sublinha o documento, citado pela Lusa.

A Casa Civil do Presidente da República frisa igualmente que "não deve ser aberta nem mais uma Representação Diplomática enquanto não se consolidar as medidas do redimensionamento ora propostas", alertando que se deve "ser firme nas decisões que vierem a ser tomadas de modo a evitarem-se excessivas considerações que poderão de alguma forma comprometer o objetivo fundamental deste processo de redimensionamento".

De acordo com essa proposta, os diplomatas e o pessoal técnico e administrativo das missões a encerrar deverão regressar a Angola, prevendo-se, em algumas situações excepcionais, a sua recolocação noutras representações no exterior.