A UNITA alterou o programa inicialmente previsto para a cerimónia de inumação dos restos mortais do seu líder fundador, que já não vai passar pela cidade do Huambo.

A informação foi avançada por Alcides Sakala, porta-voz da UNITA, que garantiu, no entanto, que os restos mortais de Savimbi serão sepultados no sábado, 01 de Junho, às 10:00, depois de um velório, em Lopitanga, terra natal de Jonas Savimbi, na província do Bié.

A garantia da entrega dos restos mortais de Jonas Savimbi, esta manhã, no Andulo, foi dada na tarde de ontem, quinta-feira, pelo Presidente da República, João Lourenço, durante uma reunião de emergência entre o Chefe de Estado e o líder da UNITA, depois de um impasse que começou na passada terça-feira.

De acordo com a UNITA, os restos mortais deveriam ter sido entregues no Kuíto, província do Bié, onde se reuniu toda a delegação e participantes no acto, mas o Governo anunciou que foram deixados no município do Andulo, também no Bié, mas no norte, numa unidade militar local.

Na ocasião, Samakuva considerou que a troca do local de entrega do corpo de Savimbi constituía "uma humilhação" para a família e para a UNITA, enquanto Pedro Sebastião, ministro de Estado e da Casa de Segurança do Presidente da República, acusou o partido de estar a querer tirar "dividendos políticos" da situação, garantindo que todos sabiam onde o Governo iria entregar os restos mortais.

Jonas Malheiro Savimbi (1934 - 2002), foi morto em combate pelas tropas governamentais, na zona de Lucusse, Moxico, a 22 de Fevereiro de 2002, momento que conduziu às negociações de paz que puseram fim a um dos mais longos e devastadores conflitos armados em todo o mundo.

Savimbi foi sepultado no cemitério do Luena, capital do Moxico, onde os seus restos mortais estiveram até agora, sempre envoltos em alguma dúvida sobre a sua autenticidade devido a persistentes rumores de que não seria o seu corpo que estava no túmulo, o que os testes laboratoriais acabaram por anular.

O histórico líder do partido do "Galo Negro" fundou a UNITA em 1966, iniciando nesse mesmo ano a luta contra o colonialismo português, até 1975, iniciando-se, após a independência, a 11 de Novembro desse ano, uma das mais longas e violentas guerras civis em todo o mudo, que só terminou em 2002, com a sua morte.

Os seus restos mortais foram exumados a 31 de Janeiro para a realização dos testes laboratoriais ao seu ADN em Portugal, África do Sul e em organismos nacionais, tendo todos coincidido na confirmação de que o corpo de Jonas Savimbi foi sepultado naquele túmulo em 2002.