Este documento, assinado no Pentágono, segundo o Secretário da Defesa dos EUA, James Matts, em declarações à imprensa angolana, representa um passo importante na consolidação das relações entre os dois países, constituindo um avanço para o estabelecimento de uma parceria estratégica.

Matts lembrou o papel "fundamental" de Angola na estabilização de áreas de conflito como as que ocorrem na República Democrática do Congo (RDC) ou no Burundi e ainda no combate à pirataria no Golfo da Guiné, tendo como pano de fundo o papel desempenhado por Luanda nas organizações regionais africanas referentes aos Grandes Lagos e ao Gofo da Guiné.

Embora o conteúdo ainda não seja conhecido publicamente, James Matts abriu uma janela para o seu interior ao afirmar, logo após a assinatura do documento com João Lourenço, que este vai permitir um maior alcance das acções de estabilização e pacificação onde Angola está envolvida, como a RDC e outras geografias inseridas na região dos Grandes Lagos, onde não faltam situações de violência para por cobro, desde a RCA ao Sudão do Sul, passando pelas fronteiras do Leste congolês com o Uganda e o Ruanda, entre outros.

Um dos aspectos admitidos também pelo governante norte-americano é a formação militar em Angola que os EUA esperam estender às províncias angolanas e a realização de exercícios conjuntos que, ao que tudo aponta, passam a estar definidos no documento agora assinado, num momento em que se comemoram 24 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Luanda e Washington.

Do lado de Angola, João Lourenço, que também é o candidato do MPLA à Presidência da República, sublinhou que o documento agora assinado foi alvo de uma autorização escrita do Presidente José Eduardo dos Santos.

Lourenço apontou ainda como relevante o facto de este documento permitir a abertura de canais para acordos em vários domínios, afirmando o seu empenho pessoal para garantir que o conteúdo do memorando vai ganhar corpo e prática.

E um dos passos para isso é o seu anúncio de que os EUA vão formar uma comissão técnica para se deslocar a Luanda em data a definir.

Ainda sobre a pormenorização do conteúdo do documento, João Lourenço, citado pela Angop, disse que "é um pouco de tudo", apontando alguns dos temas incluídos a cooperação na luta contra o terrorismo, pirataria, segurança no Golfo da Guiné, nos países que compõem a Região dos Grandes Lagos, formação de militares angolanos em academias militares americanas e outras matérias que as partes julgarem importantes.