A Comissão diz ser dos "herdeiros da FNLA" que não se revêem no denominado "50 por cento+23 membros do Comité Central", e no actual presidente do partido, Lucas Ngonda.

"Assim sendo, esgotadas todas as estratégias de sanar o conflito pelo diálogo, os militantes deste partido instam o senhor Lucas Ngonda a abandonar o partido, a fim de se reitengrar a ordem violada" disse aos jornalistas Lucinda Augusto Alberto, coordenadora da referida comissão.

"Perante tal instabilidade e indisciplina insanáveis, nós, da FNLA, uma maioria de militantes indignados, não podemos assistir ao desmoronamento deste edifício, fundamento da Nação", acrescentou.

Segundo ela, a Comissão Organizadora de Manifestações está "totalmente determinada", para a realização de manifestações a partir do mês de Agosto, em todo o território nacional, até à consumação dos seus desideratos.

"Para nós, trata-se de um momento solene e crucial, a FNLA representada por estes milhares de militantes fiéis à doutrina e aos estatutos do partido afigura-se como um vulcão, não em vias de extinção mas apenas latente, cuja erupção pode surgir intempestivamente e estender-se pelo solo nacional até que as lavas se sedimentem pela concórdia", desafiou Lucinda Augusto Alberto.

Para a coordenadora da Comissão Organizadora de Manifestações, "Lucas Ngonda, com um espírito de mármore, nunca promoveu o dialógo e lança-se inexoravelmente para um destino insondável".

Recorde-se que tumultos e vaias marcaram o encerramento do II Congresso extraordinário da FNLA na província do Huambo, que reduziu o seu Comité Central de 411 para 221 membros.

No acto de encerramento do congresso, elementos afectos à ala denominada "50 por cento+23 membros do Comité Central" tentaram, sem sucesso, invadir o recinto onde decorria o congresso e a polícia teve que agir para inviabilizar a acção.

A crise agravou-se no seio da FNLA, com a realização de dois congressos, um do presidente legítimo, Lucas Ngonda, e outro por uma ala denominada "50 por cento+23 membros do Comité Central".

A crise interna desta histórica força política teve início em finais de 1999, quando a facção liderada por Lucas Ngonda realizou um congresso que nunca foi reconhecido pela ala do falecido Holden Roberto.

O acordo previa a realização de um congresso em 10 meses, prazo que não foi cumprido por Holden Roberto, alegando falta de condições financeiras, o que levou a uma nova divisão interna, que ainda hoje se mantém.