"Houve uma tentativa de abertura em Angola, onde o novo Presidente João Lourenço tomou medidas notáveis contra a corrupção e a impunidade, reduzindo a influência desproporcionada da família do seu antecessor e garantindo maior independência dos tribunais", refere o relatório divulgado hoje em Washington.

O país continua, contudo, a ser classificado como "não livre" num documento que conclui que a democracia e a liberdade está a recuar em todo o mundo.

Numa escala de 01 (menos livre) e 100 (mais livre), Angola consegue 31 pontos, com melhor prestação no índice de liberdade (5/7) e nos direitos civis (5.5/7) e pior nos direitos políticos (6/7).

Os três critérios em análise são avaliados numa escala de 01 (mais livre) a 07 (menos livre).

O documento aponta ainda a eleição do candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro como Presidente do Brasil, assinalando uma campanha eleitoral marcada por violência política e pela disseminação de desinformação e discursos de ódio nas redes sociais.

A Freedom House destaca o agravar da situação de segurança no país, durante o ano de 2018, com aumento do número de homicídios associados ao tráfico organizado, bem como um agudizar dos conflitos de disputa de terras, que levaram à morte de dois activistas.

Classificado como "livre", o Brasil alcançou uma pontuação global de 75/100 e de 2/7 em cada um dos três critérios em análise.

Também no grupo dos países considerados livres, Cabo Verde conquistou 90 pontos em 100, o país lusófono melhor classificado logo a seguir a Portugal, que conquistou uma pontuação de 96/100 e a nota máxima em todos os critérios.

Cabo Verde conseguiu a pontuação máxima (1/7) nos critérios índice de liberdade, liberdade de direitos civis e liberdade de direitos políticos.

São Tomé e Príncipe, que conquistou uma pontuação de 85/100, e Timor-Leste, com uma nota de 70/100, completam a lista de países lusófonos classificados como "livres".

No extremo oposto, surge a Guiné Equatorial que consegue uma pontuação de apenas 6 pontos em 100 e tem a pior nota, 7 em 7, em todos os critérios avaliados.

No grupo dos países, "parcialmente livres" contam-se a Guiné-Bissau com uma pontuação de 42/100 e Moçambique com 51 pontos em 100 possíveis.

A Freedom House é uma organização independente de defesa da democracia e dos direitos humanos, que monitoriza anualmente a liberdade em todo o mundo.

Cada edição do relatório, analisa a liberdade no mundo durante o ano anterior.