"Todos os angolanos com capital no estrangeiro têm uma moratória a partir de Janeiro para repatriá-lo" frisou.

"O executivo vai no início do ano estabelecer um período de graça, durante o qual todos aqueles cidadãos angolanos que repatriarem capitais do estrangeiro para Angola e os investirem na economia, empresas geradoras de bens, de serviços e de empregos, não serão molestados, não serão interrogados das razões de terem tido dinheiro lá fora, não serão processados judicialmente", avisou João Lourenço.

"Findo esse prazo, o Estado angolano sente-se no direito de considerar o dinheiro de Angola e dos angolanos e, como tal, agir junto das autoridades dos países de domicílio para tê-lo de volta e em sua posse", alertou o vice-presidente do MPLA.

"Que não se confunda a luta contra à corrupção com perseguição aos ricos ou famílias abastadas. Os ricos são bem-vindos, desde que as suas fortunas sejam lícitas", acrescentou.

"Pretendemos que os angolanos que têm fortunas no exterior sejam os primeiros a investir no país, demonstrando assim que são verdadeiros patriotas", insistiu.

João Lourenço afirmou ainda que espera que "nesta legislatura, o Parlamento exerça, de facto, a sua função de fiscalizador do Executivo".

O vice-presidente do MPLA proferiu estas declarações no encerramento de um seminário de capacitação sobre a prevenção dos tipos de crimes a que estão sujeitos os titulares de cargos públicos, organizado pelo grupo parlamentar desta força política, sob o lema "MPLA e os desafios à corrupção", em que condenou actos ilícitos que tentam contra a dignidade e a credibilidade do Estado.