Publicado em 2015, o livro "Angola: Estado-nação ou Estado etnia política?", de Marcolino Moco, só agora teve direito a sessão de apresentação, circunstância que o autor considera indissociável da mudança de liderança política que se vive em Angola.

"Naquela altura [2015], como era "persona non grata" do regime de José Eduardo [dos Santos, , não podia fazer o lançamento nem em Angola, nem aqui, em Portugal, porque toda a gente tinha medo de estar ligada à minha pessoa", disse o antigo primeiro-ministro angolano, em declarações à agência Lusa.

O "enguiço" foi finalmente quebrado no último sábado, 3, com a apresentação da obra na capital portuguesa, descrita por Marcolino Moco como uma "teoria para explicar a razão dos conflitos nos países africanos, com o exemplo de Angola".

"A principal razão [destes conflitos resulta] de o Estado africano, de uma forma, ter copiado a estrutura das antigas metrópoles, e por isso não corresponder à verdadeira realidade africana, em que os Estados são compostos por populações que ainda não estavam totalmente integradas numa nação", explicou o hoje administrador não executivo da Sonangol, acrescentando que "há uma pluralidade de etnias e de regiões com interesses próprios, mas os Estados são essencialmente centralizados".