Manuel Nunes Júnior diz existir consciência no Executivo de que a Educação "é um sector fundamental" para o desenvolvimento do país e acrescenta: "Para que os investimentos a fazer na nossa economia tenham o retorno esperado é muito importante que o factor produtivo mais importante que é o homem exista quer em termos de quantidade como de qualidade".

"Neste domínio temos de dar passos corajosos para aumentar de modo significativo a qualidade do Ensino praticado no país a todos os níveis. Há muitos factores que contribuem para a qualidade do Ensino, mas parece-me não haver dúvidas de que o mais importante é a qualidade dos professores", sublinha.

Nunes Júnior defende que "sem professores com qualidade não há Ensino de qualidade" e que, para garantir essa qualidade nos docentes, "este ano foi aprovado o Programa Nacional de formação de pessoal docente" cujo objectivo principal "é garantir que as funções docentes na Educação pré-escolar, no Ensino primário e em cada disciplina do I e II ciclos do Ensino secundário (geral, técnico-profissional e pedagógico) sejam asseguradas, em cada província, por docentes devidamente qualificados e com bom desempenho".

"À implementação deste Programa será dada a máxima prioridade a partir deste ano e iremos buscar as melhores parcerias internacionais, de modo a que neste domínio trabalhemos com as melhores práticas que o mundo nos pode oferecer. Temos de assegurar que o nosso sistema de ensino permita aos nossos jovens competir em pé de igualdade numa escala regional e global", garante.

O impacto das medidas do Executivo nas famílias

Ainda nesta entrevista ao JA, Nunes Júnior é questionado sobre o momento em que as famílias vão começar a sentir o impacto das medidas em curso, respondendo que "as medidas tomadas no ano passado têm apresentado resultados encorajadores no que respeita à diminuição das taxas de inflação e da normalização do mercado cambial. São dois factores importantes para a melhoria do ambiente de negócios. O factor decisivo, no entanto, será o investimento na economia real, na agricultura, pescas, indústria, turismo, etc.

"O investimento leva ao crescimento económico e com crescimento económico cria-se emprego e é o emprego que garante os rendimentos dos cidadãos. Quanto mais pessoas estiverem a trabalhar e a auferir salários dignos, maior será o grau de satisfação das famílias. Temos de trabalhar para aumentar o número de empregos na economia. É com o aumento de empregos e dos salários que as pessoas sentirão mudanças nas suas vidas. E isto vai acontecer. Estamos a trabalhar para isso", complementa.

E à pergunta a queda do poder de compra ao mesmo tempo que se cobram mais impostos, Júnior atira que "a inflação quando é muito alta funciona como um imposto sobre aqueles que têm as poupanças em numerário. Diminui o poder de compra daqueles que detêm os seus recursos em cash. Como já referi, as taxas de inflação têm estado a diminuir, graças às medidas adoptadas pelo Executivo, o que significa que neste aspecto estamos no bom caminho", mas admite que "ainda há muito a fazer".