Segundo constatou o NJoline no local, os militantes levantaram o acampamento depois da decisão do Tribunal Constitucional (TC) que declarou inválido o II Congresso Extraordinário, realizado de 25 a 27 de Junho 2018, na província do Huambo.

"Respeitamos a decisão do Tribunal Constitucional (TC), por isso, vamos voltar às nossas províncias e esperamos que o próximo congresso seja abrangente, com todas as facções", disse o militante António Bingo.

O grupo, que estava em Luanda desde o dia 12 de Agosto do ano passado, enfrentou vários problemas para conseguir a alimentação diária.

"Felizmente conseguimos uma vitória com a decisão do TC. Valeu a pena a nossa pressão. Tivemos apoio dos nossos dirigentes interessados na reunificação do partido", acrescentou António Bingo.

Desde que o grupo acampou à frente da direcção do partido, o presidente Lucas Ngonda nunca ali apareceu para dialogar com os militantes, na sua maioria com mais de 60 anos de idade.

O militante Manuel António Buba, de 85 anos, espera que com a decisão do TC os problemas no seio da FNLA sejam resolvidos definitivamente.

"É um partido histórico mas hoje enfraquecido pela ganância dos seus dirigentes. No próximo congresso queremos ter um partido mais coeso", disse.

O Tribunal Constitucional anulou o II Congresso Extraordinário da FNLA, realizado de 25 a 27 de Junho de 2018, na cidade do Huambo, por irregularidades jurídico-estatutárias.

A sentença decorreu de um recurso interposto por um grupo de membros do Comité Central (CC) da FNLA ao Tribunal Constitucional para impugnar o aludido Congresso.

A divisão da FNLA remonta ao ano de 1997, altura em que Lucas Ngonda convocou um congresso à margem dos estatutos, rejeitado entretanto pelo já o falecido líder fundador do partido, Holden Roberto.

Em 2004, Holden Roberto decidiu convocar um congresso no qual foi reeleito presidente da FNLA, Lucas Ngonda eleito primeiro vice-presidente e Ngola Kabango segundo vice-presidente, resultado entretanto, rejeitado pelo Lucas Ngonda, que até hoje lidera a FNLA.