Nas 72 horas da visita do MIREX a Cuba, que acontece depois de em Abril último ter estado em Angola o vice-presidente do Conselho de Ministro de Cuba, Ricardo Ruiz, vão decorrer várias reuniões de trabalho e em todas elas o tema dominante será a afinação do programa e objectivos da visita de Estado de João Lourenço à terra de Fidel Castro, bem como os documentos contendo os instrumentos jurídicos sobre a cooperação bilateral que vão ser assinados por essa ocasião.

Numa nota enviada aos jornalistas, o Ministério das Relações Exteriores, através do seu gabinete de comunicação, é dito que Manuel Augusto vai manter encontros com o seu homólogo, Bruno Parrilla, e, entre outros governantes e dirigentes cubanos, com o ministro do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro cubano, Rodrigo Diaz.

Subjacente a esta deslocação de Manuel Augusto e à visita de João Lourenço, cuja data ainda não é conhecida, está a vontade firmada pelos dois países de elevar o nível da cooperação bilateral, como ficou em evidência durante a 14.ª sessão da Reunião Intergovernamental Angola/Cuba, que teve lugar em Abril, quando Ricardo Ruiz esteve em Luanda.

Ricardo Cabrisas Ruiz, vice-presidente do Conselho de Ministros de Cuba, e Manuel Augusto, embora a parte angolana fosse liderada pelo ministro de Estado e Chefe da Casa Civil do Presidente da República, Frederico Silva Cardoso, participaram, a 15 de Abril, em Luanda, na 14.ª Sessão da Comissão Intergovernamental Angola/Cuba, onde os dois países renegociaram os termos do Acordo de Usufruto Recíproco de Imóveis e procederam à preparação da revisão sectorial dos acordos de cooperação bilateral, bem como avaliaram a questão da dívida de Luanda a Havana.

Cabrissas Ruiz, a segunda autoridade da hierarquia governativa de Cuba, manteve em Luanda encontros de trabalho com a secretária de Estado para as Finanças e Tesouro, Vera Daves de Sousa, e com o secretário de Estado do Planeamento, Manuel Neto da Costa.

A cooperação entre os dois países remonta aos anos de chumbo da luta pela independência e no contexto da guerra civil, com o envio de milhares de militares para lutarem ao lado das forças governamentais angolanas do MPLA.

Uma das vertentes mais fortes da cooperação que se seguiu foi nas áreas da educação e da saúde, sendo estes o sectores que acolhem a maior parte dos mais de 2.000 cooperantes cubanos em Angola.

Sublinhe-se ainda que nas escolas e universidades cubanas foram formados muitas centenas de angolanos.