Em nota publicada no seu site oficial, o MPLA vem a público posicionar-se sobre uma questão que surgiu, com maior destaque, nas redes sociais a propósito da assídua presença da filha de José Eduardo dos Santos, ex-PR e presidente do maior partido angolano, na sua sede nacional.

"Questionar, por exemplo, a presença de um militante, no caso vertente a camarada Isabel dos Santos, militante do MPLA, que tem direitos e deveres como tal e como cidadã, na Sede Nacional do Partido é a mais evidente deturpação dos factos. O MPLA não pode e não vai vergar-se a intrigas baratas e ao segregacionismo de quem quer que seja", pode ler-se na nota publicada na sexta-feira.

Este texto, que, por estar publicado no seu site oficial, expõe a opinião do partido, adianta ainda que "o MPLA é um partido integrador, que não discrimina nem exclui ninguém. Todos são bem-vindos no seu convívio".

Aqueles que apelida de advogados em causa própria e que espalham "intriga e difamação", são, para o MPLA, "detractores da transição pacífica e exemplar em Angola"

E considera que a transição política, com a eleição de João Lourenço em Agosto doo ano passado, pondo fim a um consulado de 38 anos de José Eduardo dos Santos, " a par da paz, são passos que orgulham os verdadeiros angolanos e constituem-se como exemplos para outras latitudes".

José Eduardo dos Santos deverá, de acordo com as suas próprias palavras, abandonar a política activa, ou seja, abandonar a liderança do MPLA, ainda este ano.

Sobre o impacto das suas atitudes, o MPLA entende que estas estão condenadas ao fracasso: "Não fazem ideia do impacto inócuo das suas acções. Esses segregacionistas, recorrem a métodos pouco ortodoxos para o alcance dos seus objectivos"

"O respeito à religião, à etnia, à raça e à opção partidária, consagrados pela Constituição angolana, começam agora, amiúde, a ser postos em causa por esses desarticuladores. Há gente que tenta, a todo custo, obstruir o processo de transição em curso", diz ainda a nota e tom de aviso.

Esta "intromissão no mau sentido" na vida do MPLA pelo que designa de "eixo do mal" consubstancia, no entender do partido, a "apologia da segregação" para a qual não vislumbra "mudança de comportamento, por mais que se mudem os cenários".

Por fim, apesar de não nomear ninguém, o MPLA adite que os autores das difamações e da intriga são membros do partido quando questiona: "Se até mesmo aqueles que ontem pertenceram a outros partidos hoje convivem no seio do MPLA com todo o à vontade, porque não aqueles que nasceram dentro dele?".